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Fumaça Humana – Nicholson Baker

Fumaça Humana
autor: Nicholson Baker

Descrição: Numa prosa extremamente original encadeada a partir de pequenos blocos narrativos independentes centrados na citacao de documentos, Nicholson Baker revisa mitos e desconstroi verdades elaboradas pela ideologia dos vencedores. Sem jamais relativizar a barbarie nazista e tambem o lado patetico de liderancas do Terceiro Reich Baker recupera verdades dolorosas, como o disseminado antissemitismo na Europa e nos Estados Unidos do entreguerras e a tergiversacao da Inglaterra e da Franca, que num primeiro momento preferiram enxergar a Alemanha como o fiel da balanca contra o avanco sovietico no continente culminando no desastroso Tratado de Munique, que concedeu os Sudetos a Alemanha nazista e deu vazao aos delirios imperiais de Hitler. Na parte talvez mais surpreendente do livro, Baker procura tambem entender como o povo alemao aceitou placidamente um governo insano. Ao contrario da suposta adesao em massa ao nazismo, sobrepoem-se citacoes mostrando que grande parcela da populacao alema nao acreditava realmente na radicalizacao do regime (incluindo judeus de destaque, como banqueiros, grandes empresarios e ate Albert Einstein), e caiu nas trevas antes por embotamento do que por identidade de opinioes, ou mesmo submissao forcada.


Paisagens da Metrópole da Morte

Paisagens da Metrópole da Morte
autor: Otto Dov Kulka

Descrição: Reputado historiador em temas como nazismo e holocausto, o israelense Otto Dov Kulka passou décadas em silêncio sobre um capítulo sombrio de sua infância. Nascido numa pequena cidade tcheca em 1933 — ano que os nazistas tomariam o poder na Alemanha —, Kulka seria enviado para Auschwitz em 1943. São as impressões daquele menino vivendo uma das experiências-limites do século XX, mescladas à reflexão do escritor maduro, que dão ao livro a sua poderosa carga dramática. Durante dez anos, entre 1991 e 2001, Kulka fez gravações de áudio de suas memórias, evocando passagens daquele sofrimento quase indizível, somente articuladas por ele tanto tempo depois. São cenas e fragmentos fortes, como o coro infantil entoando “Ode à alegria” a poucos metros dos infames crematórios, a presença de sua mãe no campo de concentração, as marchas da morte no inverno. Em meio a esses momentos a prosa de Kulka encontra a beleza e o arrebatamento poético, tornando a leitura do seu livro uma poderosa experiência literária. É a potência poética do autor, aliás, que organiza e traz sentido a Paisagens da metrópole da morte, texto que por vezes evoca os livros de W. G. Sebald e Elias Canetti ou o documentário clássico de Claude Lanzmann, Shoah. Com sua sensibilidade e poder evocativo, Otto Dov Kulka faz de sua experiência nos campos da morte um triunfo da inteligência e da melhor literatura sobre um dos capítulos mais deletérios da história humana.


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