Home

O Livro Negro do Cristianismo

O Livro Negro do Cristianismo
autor: Jacopo Fo

A história da religião monoteísta mais difundida no mundo passou, nos últimos 2000 anos, por muitos desmandos e apresentou inúmeros atos de abuso de poder.

Trechos do livro:
Existiram sacerdotes que fundaram cooperativas e escolas para trabalhadores, que organizaram caixas de assistência mútua e ajudaram judeus e ciganos perseguidos a fugir... Mas essas pessoas, que por dois milênios contribuíram enormemente para melhorar a condição humana e civil dos mais fracos, raramente faziam parte dos vértices da Igreja. Como aconteceu com todas as religiões do mundo que se tornaram "cultos do Estado", os centros de poder das principais igrejas cristãs foram conquistados por indivíduos inescrupulosos e maliciosos, dispostos a usar a fé e o misticismo com o único objetivo de obter riqueza e autoridade. É claro que não se pode generalizar:


Manual De Persuasão Do FBI

Manual De Persuasão Do FBI
autor: Jack Shafer

Descrição: Manual De Persuasão Do FBI – Ex-agente do FBI ensina como influenciar, atrair e conquistar pessoas! Como um agente especial para o Programa de Análise Comportamental da Divisão de Segurança Nacional do FBI, Dr. Jack Schafer desenvolveu estratégias dinâmicas e inovadoras para entrevistar terroristas e detectar mentiras. Agora, Dr. Schafer evoluiu suas táticas e nos ensina como aplicá-las no cotidiano para obter sucesso nas relações interpessoais. Você quer pensar e reagir como os investigadores de TV do Criminal Minds, CSI ou Lie to Me? Quer influenciar pessoas recém-conhecidas e planejar a imagem pessoal que transmitirá no dia a dia? Quer entender através da linguagem corporal o que passa pela cabeça das pessoas ao seu redor? Quer descobrir se alguém está mentindo? Caso tenha respondido sim para alguma dessas perguntas, este é o livro perfeito para você.


De Volta ao Mosteiro

De Volta ao Mosteiro
autor: James C. Hunter

Descrição: Em “De Volta ao Mosteiro”, Hunter retoma a história do monge e do executivo dois anos depois do retiro onde se conheceram. Eles se reúnem com os outros cinco participantes do primeiro seminário em busca de uma compreensão mais profunda sobre a formação de grandes líderes. O reencontro traz à tona uma dura constatação: só um dos integrantes do retiro anterior conseguiu colocar em prática os poderosos princípios aprendidos. Enquanto revela as razões para isso, Hunter nos convida a refletir sobre nosso comportamento. Será que estamos agindo como verdadeiros líderes em casa, no trabalho e com os amigos? Com novas percepções a respeito de como as pessoas podem vencer suas barreiras internas e fazer mudanças significativas em suas vidas, este livro ensina os passos necessários para o desenvolvimento das habilidades de liderança. Além disso, aborda um tema rico e ainda pouco explorado: a construção de comunidades de alto desempenho. Da cultura de excelência ao trabalho de equipe, do comprometimento ao companheirismo, da importância dos relacionamentos ao crescimento pessoal, James C. Hunter nos brinda mais uma vez com um livro transformador, capaz de nos tornar pessoas melhores e de melhorar a vida das pessoas à nossa volta.


Charles Manson

Charles Manson
autor: Jeff Guinn

Descrição: Manson não é simplesmente uma biografia de um assassino e um líder de culto. É uma história da cultura norte-americana da Grande Depressão ao final do século XX. Um estudo fascinante da ambição, avareza, mesquinharia, controle da mente, celebrifilia (um desejo intenso e patólogico para se relacionar com uma celebridade), sexo, narcóticos, racismo e abuso de poder. É a história dos ex-presidentes Richard Nixon e Lyndon Johnson, de Martin Luther King, do Vietnã, do movimento ativista estudantil da nova esquerda Students for a Democratic Society, dos Panteras Negras, da cultura lisérgica e de uma nação em processo de degradação.


Guerras Sujas – Jeremy Scahill

Guerras Sujas
autor: Jeremy Scahill

Descrição: Nesta história pouco convencional da Guerra ao Terror, o jornalista Jeremy Scahill busca o novo paradigma da política externa norte-americana: a luta longe dos campos de batalha declarados, por unidades que oficialmente não existem, em milhares de operações para as quais não há dados oficiais. Conduzindo o leitor por uma viagem vertiginosa do Afeganistão ao Paquistão, de Washington ao Iêmen e à Somália, do Reino Unido ao Iraque, na tentativa de entrevistar agentes secretos, mercenários, líderes de organizações terroristas e parentes de vítimas, Scahill revela vidas por trás das sombras e uma nova visão da guerra contemporânea a partir de histórias que um olhar desatento julgaria desconexas. Entrelaçando relatos que abrangem desde os primeiros dias do governo Bush até o segundo mandato de Obama, o autor nos apresenta os homens que comandam as operações mais secretas das forças armadas americanas e da CIA, histórias de participantes que passaram a vida incógnitos, alguns dos quais contribuíram com o livro sob a condição de não ter sua identidade revelada. O mundo sabe que a Equipe 6 dos Sea, Air, Land Teams (SEALS) e o Comando Conjunto de Operações Especiais (Joint Special Operations Command, JSOC) foram as unidades que mataram Osama bin Laden. Este livro revelará missões até agora desconhecidas dessas mesmas forças, que nunca serão discutidas por políticos norte-americanos nem imortalizadas em filmes de Hollywood.
Trechos do livro: Esta é a história de como os Estados Unidos adotaram o assassinato como parte essencial de sua política de segurança nacional. É também a história das consequências dessa decisão para dezenas de países do mundo inteiro e para o futuro da democracia americana. Embora os ataques do Onze de Setembro tenham alterado radicalmente o modo como os Estados Unidos orientam sua política externa, as raízes dessa história precedem em muito o dia da queda das Torres Gêmeas. No mundo pós-Onze de Setembro existe também uma tendência a ver a política externa americana através de uma lente maniqueísta que, por um lado, leva a considerar a invasão do Iraque pelo segundo presidente Bush como um desastre absoluto que trouxe à nação a ideia de que estava numa guerra global e, por outro, que coube ao presidente Barack Obama pôr ordem na casa. Aos olhos de muitos conservadores, o presidente Obama tem sido fraco no combate ao terrorismo. Aos olhos de muitos liberais, ele travou uma guerra “mais inteligente”. A realidade, porém, é bem mais complicada. Este livro conta a história da expansão das guerras secretas dos Estados Unidos, do abuso das prerrogativas do Poder Executivo e do instituto do segredo de Estado, bem como do emprego de unidades militares de elite que prestam contas exclusivamente à Casa Branca. Guerras sujas revela também, ao longo de governos republicanos e democratas, a sobrevivência da concepção segundo a qual “o mundo é um campo de batalha”


Estas Verdades – Jill Lepore

Estas Verdades
autor: Jill Lepore

Descrição: “Consideramos estas verdades como autoevidentes: que todos os homens são criados iguais, que são dotados por seu Criador de certos direitos inalienáveis, que entre eles estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.” Essas são as palavras de Thomas Jefferson na Declaração de Independência, o documento que estabelece a identidade dos Estados Unidos como nação. Ao longo dos quinhentos anos que se seguiram desde então, o experimento americano baseou-se nos três ideais descritos por Jefferson como “estas verdades”: igualdade política, direitos naturais e soberania do povo. A historiadora e professora de Harvard Jill Lepore abre seu trabalho de reconstrução da história dos Estados Unidos com a citação de Jefferson, mas muito do que há de pior no desenvolvimento da nação — a escravidão e o apreço por esse sistema, os linchamentos públicos, a brutalidade com os povos nativos, a segregação racial — se evidencia a cada página, desenhando um retrato possivelmente mais fiel do que a premissa democrática, poética, e quiçá utópica, descrita pelo terceiro presidente da nação. conta a história americana desde 1492, questionando se o curso dos eventos ao longo desses cinco séculos comprovou as tais premissas fundadoras ou as desmentiu. Em busca destas verdades, a autora traçou o intrincado panorama da política americana do período colonial à máquina partidária do século XIX, dos programas de rádio às pesquisas na internet do século XXI, da Magna Carta ao Ato Patriótico, do jornalismo impresso ao Facebook. Estas verdades em muitos aspectos remodelará a visão da história americana pelas próximas décadas.


Jango e eu: memórias de um exílio sem volta – João Vicente Goulart

Jango e eu: memórias de um exílio sem volta
autor: João Vicente Goulart

Descrição: Mais do que um livro de memórias escrito pelo filho de João Goulart, este é um valioso registro sobre as consequências da perda da liberdade individual e um lembrete para ficarmos sempre atentos aos rumos políticos do país, de maneira a assegurar a manutenção da democracia. Neste inventário afetivo da família Goulart, o registro histórico se relaciona ao pessoal. A incerteza, a falta de notícias, a difícil adaptação ao cotidiano de um novo país. O terrível momento no qual ficou claro que o golpe militar duraria décadas. O avanço dos governos totalitários nas Américas. O fim da relativa liberdade com a queda da democracia uruguaia, no início da década de 1970, e a subsequente mudança dos Goulart para a Argentina. Os encontros com Paulo Freire, Glauber Rocha, Juan Domingo Perón, entre outros amigos ilustres de Jango.


Hilter Vol 01

Hitler
autor: Joachim Fest

Embalada pelas comemorações dos 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, a Nova Fronteira lança Hitler, do aclamado biógrafo Joachim Fest, cujas pesquisas serviram de base para o roteiro do filme A queda ? as últimas horas de Hitler. Consciente de que tem nas mãos um biografado aberto a muitas ? e até opostas ? interpretações, Joachim Fest abre o livro com uma discussão sobre os atributos do personagem, e com a pergunta: deve-se qualificar o tirano alemão de “grande”? Ele sustenta que sim, e explica, com competência, seu ponto de vista, de modo a não deixar espaço a qualquer especulação de que admire as realizações ou os métodos de Hitler, mas, sobretudo, ressaltando que, apesar da extensa lista de crimes e monstruosidades do ditador, a História do século XX teria sido diferente sem ele. ?Com ele, o indivíduo demonstrou, mais uma vez, seu extraordinário poder sobre o processo histórico.? Baseado em extensa pesquisa, Fest traça a trajetória de Hitler desde sua infância na Áustria, em fins do século XIX, até tornar-se a nêmesis da civilização, em meados do século XX. Fatos, ambientes, personagens e contextos são recriados e trazidos de volta com detalhes, e o autor revela enorme habilidade na narrativa, que em nenhum momento resvala para o tédio. No primeiro volume, que reconta a trajetória de Hitler até a chegada ao poder, em 1933, Fest nos deixa a par de como o futuro ditador alemão construiu seu anti-semitismo extremado e doentio, de sua inteligência e instinto aguçados, de sua obsessão pela propaganda como forma de domínio das massas, de sua total adesão à máxima maquiavélica de que os fins ? inclusive os mais violentos e imorais possíveis ? justificam os meios. E pode-se, assim, acompanhar, passo a passo, a ascensão inexorável de um líder convencido da grandeza e superioridade da ?raça? alemã, concepção essa que o levou a mergulhar o mundo na mais pavorosa tragédia conhecida pela humanidade.


Voltar ao topo

O Sorriso do Lagarto – João Ubaldo Ribeiro

O Sorriso do Lagarto
autor: João Ubaldo Ribeiro

Descrição: O Sorriso do Lagarto – O sorriso do lagarto é um livro de personagens complexos, em que João Ubaldo Ribeiro explora um intrincado triângulo amoroso e, com ritmo alucinante, cria uma magistral alegoria sobre o mal. “Gostaria de fazer um romance sobre o Mal, o Mal genérico, o Mal político, o Mal social. O mal transparente na atitude de uma grande parte da classe dominante brasileira”, conta ele. Ambientado na ilha de Itaparica, mas construído a partir de conflitos urbanos, o romance aborda temas caros ao autor: a dialética entre valores nacionais e estrangeiros, a corrupção, o colonialismo. E, ao tratar de estranhas experiências genéticas que ocorrem na região, provoca um importante debate entre a ética e a ciência.

(pág. 130)...ao chegar a uma dessas casas para pedir um copo d'água, a cigana encontrou três seres nunca vistos, três seres como crianças, mas que não eram gente, ela tinha certeza. Perguntou à dona da casa a respeito deles e a dona da casa respondeu que um deles era seu filho e outros dois, um casal, eram filhos de duas vizinhas. A cigana fez que não entendeu e indagou se eram mesmo filhos das barrigas delas, e a mulher respondeu que sim e, com o rosto cansado, antecipou-se ao que já sabia que seria perguntado e disse que de fato eram crianças diferentes, eram seus filhos mas eram um pouco diferentes, tão diferentes que as mães costumavam escondê-los, todos ali se escondiam por mil razões. A cigana então quis conversar com as crianças e se aproximou delas, que estavam nuas e agarradas tão juntas que lembravam um cacho de bananas, e foi aí que lhe veio aquele terror inexplicável, um estremeção medonho, os cabelos em pé, a pele crispada, o coração disparado, o ar entalado nos bofes, porque, quando seus olhos bateram nos olhos delas, viu que não eram gente, que eram fruto de alguma coisa diabólica, que eram gente e não eram, eram como se fossem meias-almas e talvez não existisse alma neles, e os olhos, os olhos, os olhos!

(pág.143)...Você quer dizer juntar espermatozóides de homem com óvulos de égua? — Não, isso não dá pé, pelo menos ainda, mas eu não duvido de nada, tem muita grana nesse negócio e muita cuca superior querendo tirar o Prêmio Nobel. Por enquanto, esse tipo de fertilização só é possível em casos muito restritos, com espécies muito próximas, como jumento e cavalo, homem e chimpanzé. E na verdade, meu caro amigo, este último caso já é uma realidade, ao menos até certo ponto. — O quê? Existem híbridos de gente com macaco? — Pelo menos embriões já foram conseguidos, in vitro. Mas, pelo que eu sei, foram destruídos. E também não sei se seriam viáveis, se a gestação seria levada a termo, se sobreviveriam após o parto, e assim por diante. — Mas isso é uma barbaridade, uma coisa monstruosa.

(pág. 133)...Antigamente, eles precisavam de equipamentos mais incrementados. Para centrifugar ovos, por exemplo, porque o citoplasma dos ovos de muitos mamíferos é praticamente opaco e não deixa o sujeito ver os pronúcleos, mas agora já existem técnicas e material de microscopia que permitem a localização perfeita dos pronúcleos. II o seguinte: pouco depois que o óvulo se torna ovo, ou seja, depois de fertilizado, os cromossomos, que antes estavam, digamos, empacotados, se dispersam e passam a existir em pequenos corpos, que se chamam pronúcleos. Aí o sujeito pega duas pipetas, uma grandinha para segurar o ovo por sucção e outra, muito delicada, para injetar seqüências de ADN, quer dizer, genes, num pronúcleo. Requer mãos de relojoeiro, mas se faz com relativa facilidade. E também é possível, se não se tratar de um gene grande demais para isso, usar um retrovírus parcialmente incapacitado, ou seja, cuja capacidade de replicação tenha sido inibida, para transportar esse gene para uma célula qualquer, como um ferryboat ou um saveiro. É mais complicado, porque o retrovírus não pode penetrar na zona pellucida, o envoltório do embrião. Mas dá-se um jeito, remove-se parcialmente esse envoltório. Tudo isso, mais outras técnicas, combinadas com os progressos nas técnicas embriológicas, torna perfeitamente possível, viável e, em certos casos, desejável que se façam coisas desse tipo. — Desejável? Como isso pode ser desejável? — Se se fixar, por exemplo, o que se poderia chamar de gene nitrogênico nos vegetais, o problema da fome estará resolvido, pelo menos tecnicamente. Já há experiências, por exemplo, para produzir carneiros transgênicos, com mais lã. E, por falar em carneiro, não é só porco que estão cruzando com gente, não. Pelo menos na Escócia eu sei com certeza que já fabricaram uma ovelha com gene humano, para produzir fatores de coagulação do sangue nas tetas. Olhe bem, nas tetas e não no fígado, que é o órgão onde esses fatores são produzidos normalmente, isto porque eles direcionaram o gene para as células das tetas, a fim de poder usar o leite para a extração dos fatores. Aí não se vai mais usar sangue humano para obter esses fatores. Uma boa para os hemofílicos, que não vão pagar tão caro pelos seus remédios e vão correr menos risco de pegar Aids. A produção de um porrilhão de substâncias orgânicas, hoje muito caras, poderia ser grandemente facilitada, ou completamente resolvida, com a criação desses animais trans-gênicos. É um pouquinho complicado, mas eu manjo mais ou menos, se você quiser eu explico. As possibilidades futuras são tão mirabolantes, que às vezes eu fico completamente confuso.

(pág. 176)...É, sim. Algumas pessoas das cercanias mantêm dois ou três carneiros, para abate. — É o seguinte, Seu Bará: os carneiros podem ser hospedeiros intermediários de um verme cuja forma adulta vive nos intestinos de cachorros. Quando o cachorro defeca, há ovos desse verme nas fezes. Se alguém, por acidente, ingere algo contaminado com essas fezes, também é vitimado pelo verme. Com os carneiros se estabelece um verdadeiro ciclo. Eles comem grama contaminada com os ovos, se tornam hospedeiros intermediários, as vísceras são comidas por cachorros, que se tornam hospedeiros definitivos, defecam, os carneiros comem e por aí vai. Mas o homem pode entrar no processo também. Isto porque não só pode comer algo contaminado sem saber, como pode alisar um cachorro que tenha se lambido e depois comer alguma coisa sem lavar as mãos e ingerir ovos. Isto é muito sério porque esses ovos vão formar cistos no organismo da pessoa, cistos esses que podem alojar-se em qualquer órgão do corpo, como o fígado e os pulmões. E o problema é que já houve vários casos disso aqui, inclusive um com morte, embora não seja uma doença comum entre nós, até porque temos pouquíssimos carneiros. E eu estou inclinado a crer que seus cachorros estão contaminados e estão causando o surgimento desses casos. O menino que morreu com um cisto no cérebro passou alguns dias aqui, em companhia da avó. — Sim, lembro-me de uma senhora que passou creio que uma semana aqui...

(pág.198)...Com a vênia de Dr. João Pedroso, pediria para ir apresentando as fotos uma a uma, da pior para a melhor. A primeira e a segunda eram efetivamente pouco mais que borrões. Via-se do lado esquerdo da primeira o que aparentava ser a parede de uma casa ae varas e, do lado direito, meio agachado, um vulto que podia ser de gente, mas também podia ser um animal ou até um objeto. A segunda era quase igual à primeira, com a diferença de que o vulto estava mais no centro do quadro e parecia ter levantado a cara na hora do disparo, embora os traços não fossem visíveis, com exceção da boca aberta, em que apareciam dentes falhados e muito grandes. A terceira assustou João Pedroso, que a levou para baixo de uma luminária. O torso, meio de perfil, de um menino muito estranho aparecia bem visível, embora pouco iluminado. Nariz chatíssimo, quase imperceptível, prognatismo inferior muito acentuado, formas estranhas. — Que orelhas enormes! E que é isso no rosto dele, é cabelo? — É cabelo, sim. Este é mais cabeludo, os outros são bem menos. Nunca tive tempo para observar direito, mas acredito que há muitas diferenças entre eles, são semelhantes, mas visivelmente diferentes. E aqui está a quarta foto. João Pedroso estremeceu, quase deixa cair a foto. Muito bem focado, embora parcialmente oculto pelo que aparentemente era um braço de mulher negra, estava, de frente, um rosto que o sobressaltou, uma cara como nunca tinha visto antes, uma expressão que dava arrepios. Que havia de diferente naquela cara? Sim, era de gente, mas não era de gente. Estava assustada, os olhos arregalados, a pele pregueada sob o lábio inferior, os cabelos das maçãs do rosto arrepiados, os dentes estranhos à mostra, gigantescas orelhas de abano e as narinas muito largas. Seria um truque do feiticeiro, algum menino disfarçado? Mas não parecia, parecia terrivelmente real. Não podia ser um macaco, nenhum macaco teria aquela pele, nos lugares onde não havia cabelos. Não podia mesmo ser macaco, não havia macaco com aquela cara. E não havia menino com aqu

(pág. 199)...Estou seguro de que, mais cedo ou mais tarde, os homens do hospital as encontrarão e aí não sei o que farão, mas não antecipo boas coisas. --- Mas o senhor acha mesmo que o hospital tem conhecimento dessas criaturas? —Não acho só isso. Talvez o senhor me considere fantasioso, mas estou imbuído da convicção de que se trata de alguma coisa originada lá, algo que eles criaram e lhes escapou. O senhor não é obrigado a levar isso em conta, é claro, mas é esta também a convicção da cigana. Ela pode realmente nem ser cigana, mas disse algo deveras interessante. Disse que tem ódio desses homens porque são o mesmo tipo de gente que quis exterminar os ciganos. Não é interessante? Eu achei. — Isso está me deixando confuso, estou realmente confuso, não posso acreditar. O senhor sabe mais alguma coisa sobre elas? — Não, nada, só o que vi e o que presumo.

(pág. 200)...E você sabe como se chamam os dois cachorros dele, que outro dia eu vi com D. Rosário? Watson e Crick. Eu sei que você não sabe o que quer dizer isso, eu explico. Watson e Crick são os nomes dos dois pesquisadores que descobriram a estrutura helicoidal do DNA, a dupla hélice. Aliás, costuma-se dar o nome de um deles a cada uma das hélices. Por que viria à cabeça dele chamar os dois cachorrinhos logo de Watson e Crick? Por que exatamente esses dois nomes estariam na mente dele? Isso é circunstancial, mas, à luz do que estamos sabendo agora...— E tem aquela conversa de os carneiros serem do hospital, como você me falou.

(pág.214 )...Eu menti para você, quando lhe disse que o Dr. Grimes é microbiologista — disse Lúcio Nemésio. — Na verdade, ele é embriologista e faz parte de uma equipe que está conduzindo um projeto de altíssima complexidade, que envolve vá rios tipos de especialistas. Depois que você me perguntou a respeito dele, já me informei sobre os carneiros. Ele estava fazendo experiências com embriões de carneiros em estágio de blastocisto. É uma técnica de transferência de material genético, em que algumas células são injetadas no blastocisto e, digamos assim, colonizam o embrião. Mas isso só produz transgênicos do tipo mosaico, que não nos interessam, por que, nos mosaicos... — Quer dizer que o trabalho é com engenharia genética? — Sim, embora a existência dessas criaturas, como naturalmente você já deve ter depreendido, não seja fruto de engenharia genética. Esse seres são criados a partir de algumas técnicas de fertilização e manipulação embriológica, vamos dizer, relativamente simples, que requerem basicamente paciência. Mas estamos estudando o genoma deles, não só aqui, mas emoutros centros, pois um projeto desses é complexo demais para que o conduzamos sozinhos, é claro. Nossa parte, em relação à produção dos híbridos, por enquanto já está cumprida. Eles não estão mais aqui, com exceção desses três, que em breve serão encontrados e encaminhados para o mesmo lugar que os outros. O que, aliás, me faz lembrar que não achariam nada relacionável diretamente com eles, se o hospital fosse submetido a inspeção, e isto, por sinal, dificilmente permitirei, por uma questão de princípio. Temos material genético deles estocado, naturalmente, mas ele só pode ser identificado pela equipe responsável e por mais ninguém. E continuamos nosso trabalho, a que você lamentavelmente se opõe, por puro obscurantismo e, desculpe, por superstição. Você ficaria surpreendido com algumas vitórias nossas, em coordenação com outros centros. Por exemplo, na produção de animais transgênicos, nós aplicamos técnicas de microscopia que os gringos chamam de differential interference micro-scopy, não usamos mais centrifugadoras. De certa maneira, essas técnicas estão na base de uma taxa de sobrevivência de ovos transgênicos muito superior, muitíssimo superior, às obtidas por outros pesquisadores. Geralmente, em mamíferos grandes, onde o citoplasma dos ovos atrapalha a manipulação, essa taxa é por volta de um por cento. E nós aqui já estamos perto de cinco por cento, e melhorando. As criaturas, como você as chama, são híbridos, não são propriamente animais transgênicos, embora a nossa intenção seja produzir alguns desses animais a partir do material genético delas. Elas são, ao mesmo tempo, um projeto paralelo aos projetos genéticos e também um projeto convergente. Esse trabalho, é claro, envolvendo de cem mil a duzentos mil genes, não é coisa simples, mas, no futuro, a previsão é que não usemos processos de fertilização convencional para a produção delas, mas, sim, manipulação genética direta, embora deva admitir que isso ainda não está muito próximo. Eu sei que você sabe disso, mas não sabe dos progressos que temos feito. Animais transgênicos dos mais inesperados já podem ser produzidos, até entre espécies biologicamente muito diversas, homem com lagarto, por exemplo. — Homem com quê? Você disse lagarto?

(pág. 214)...— Foi, disse lagarto como poderia dizer papagaio, foi só um exemplo. — E alguém andou fazendo experiências com lagartos aqui? — Que eu saiba, não. Só se foi algum maluco aí, nas horas vagas, testando uma hipótese qualquer. Mas, que eu saiba, não. Por quê? — Não, nada. Mas eu quero continuar ouvindo essa história. Lúcio, eu estou absolutamente estupefato, eu não posso acreditar nisso tudo. E você... — Pois acredite, porque é verdade. Já há experimentos semelhantes em outros centros, alguns dos quais trabalhando em coordenação conosco. Escolheu-se o nosso centro para realizar esse tipo de trabalho porque reúne condições muito boas. Apesar do imenso atraso e pobreza da região, há uma cidade grande perto, capaz de facilitar um grande número de coisas. E aqui dispúnhamos de mulheres cujos úteros pode mos utilizar para a fixação do ovo. Como você pode imaginar, é bastante difícil convencer uma mulher a gestar e parir um bebê, digamos, aberrante. A escolha recaía nas macacas, claro, fêmeas de chimpanzé. Isso, contudo, prejudica aspectos importantes de toda a pesquisa, porque, criado por uma macaca, o desenvolvimento da criatura é seguramente diferente do que seria, se ela fosse criada por uma mãe natural humana. E há os processos de socialização, aprendizado etc, que só podem ser bem estudados nessas condições. Nós escolhemos mulheres negras. Não por preconceito nosso, mas por causa, de certa forma, do preconceito generalizado. Escolhemos negras porque a sociedade branca acha os negros parecidos com macacos. Isso pode evitar certos problemas práticos. Também demos preferência a negras geneticamente alopécicas, exceto pelos cabelos da cabeça e um pouco o púbis. Com isso, creio que conseguimos minimizar um pouco o problema da pelagem das criaturas, que é surpreendentemente acentuada. Nós aplicamos uma bateria de hormônios ovulatórios nas mulheres, freqüentemente obtendo três ou quatro óvulos por ovulação e assim alcançamos melhores índices de êxito na inseminação.

(pág. 215)...— Mas as mulheres, as mulheres! Usadas como cobaias, forçadas a emprestar seu corpo para essas experiências! Como se pode fazer uma coisa dessas? — Cobaias, sim, mas você sabe muito bem que o uso de cobaias humanas é bastante generalizado em muitos casos, não vejo problema nisso. Mesmo porque, não é como você disse, elas não foram forçadas, todas concordaram plenamente com os termos do projeto. — Claro que eu não acredito nisso. Se fosse assim, três não teriam fugido. — Tudo um mal-entendido. Uma delas, que liderou as outras, é um pouco desequilibrada, estava em tratamento. Mas estou seguro de que elas serão facilmente persuadidas a voltar, conosco estão numa situação que traz muitas vantagens, de toda ordem, para elas. Elas estão muito bem cuida das, em todos os sentidos. — Meu Deus do céu, eu não posso acreditar! Lúcio, você não percebe a monstruosidade disso tudo? Meu Deus, Lúcio, não é verdade, você está brincando comigo! Mas ele, sem dar importância aos olhos arregalados e à palidez de João Pedroso, disse que não era brincadeira. E continuou a falar, como se tivesse prazer em fazer aquela exposição da maneira mais minuciosa e objetiva possível, num tom inteiramente destituído de emoção. Não se tratava de nenhum projeto do tipo Admirável Mundo Novo. A pretensão, pelo menos por enquanto, não era a produção em grande número dessas criaturas, até por causa das objeções que teriam de enfrentar das forças retrógradas, ou seja, a maior parte da sociedade. Tratou-se de criarum número limitado deles, número esse já conseguido, para uma série de estudos. As utilidades hipotéticas eram muitas, desde a formação de bancos de órgãos, até testes de medicamentos e vacinas. Além, é claro, de passos mais sofisticados, ainda impossíveis, mas perfeitamente conjeturáveis, tais como a utilização de estruturas neurônicas, em lugar de certos chips, em circuitos eletrônicos, 306 com vastas implicações para a capacidade de processamento e o desenvolvimento de inteligências artificiais. Não, não, claro que não eram gente, eram animais, filhos de macacos. E, como animais, pode-se fazer tudo com eles. João Pedroso mesmo, que amava os animais, não obstante contava que comia até galo. E comeria a vaca com que fizera amizade. E colaboraria profissionalmente, se fosse o caso, no desenvolvimento de raças mais apropriadas para corte. Também não achava nada de mais que as galinhas de granja fossem debicadas e criadas em cubículos mínimos, como verdadeiras máquinas de transformar proteína vegetal em animal, que, aliás, era o que elas eram, deixemos de hipocrisia, hipocrisia esta refletida até nos eufemismos usados para devorar a carne de cadáveres. Até matar o animal é designado nobremente como "abater" e não matar mesmo. Galinhas abatidas, não galinhas mortas. Gado em pé, não gado vivo, antes de ser morto, e assim por diante. Alma, novamente? O que é alma? De qualquer forma, sendo animal e não homem, a criatura, segundo os que acreditam na alma, não tem alma. E mesmo levando-se em conta esse argumento de Deus e da evolução, não há nada no projeto que contrarie, tecnicamente, Deus e a evolução. Deus criou o mundo e com ele a evolução, muito bem. O homem é fruto dessa evolução e, portanto, o que é fruto dele é também, por via indireta, fruto da evolução. Argumento irrespondível logicamente, dissesse João Pedroso o que dissesse. As criaturas eram fruto da evolução, da mesma forma que as variedades modernas de milho, o gado etc. E, se Deus tudo cria sobre este mundo, as criaturas também eram dele, como as mulas e outros híbridos.

(pág. 217)...E, de um jeito ou de outro, tratava-se de um programa que viria a beneficiar um número incalculável de pessoas, de forma que não se podia permitir que objeções supersticiosas se antepusessem. O homem era apenas uma parte em mil de uma biomassa de dois milhões de milhões de toneladas, mas devia desenvolver a capacidade de controle total sobre essa biomassa, usando-a em seu total e exclusivo benefício. — Resta saber se as pessoas querem esse benefício — disse João Pedroso, agora sentindo uma mistura de medo e raiva, indagando a si mesmo se Lúcio Nemésio não era um louco, um louco desvairado. — As pessoas deviam ser consultadas. As pessoas não se consideram apenas partículas de uma parte em dez mil da biomassa terrestre — Mas é o que são. E esse negócio de consulta é outra balela supersticiosa. Ninguém devia ser consultado, ninguém entende osuficiente do assunto para orientar essas decisões. Nada mais ridículo do que a chamada massa ignara opinar sobre o que não entende, sobrepondo-se à opinião de quem entende. É a mesma coisa que essa patifaria mediocrizante e demagógica, que é deixar estudantes e funcionários semi analfabetos elegerem reitores, chefes de departamento e professores. A democracia é uma farsa e você sabe muito bem disso. O que é que um presidente eleito entende dos assuntos sobre os quais decide — física nuclear, energia elétrica, transportes, agricultura, finanças públicas etc. etc. etc? Nada, é claro. Quem decide são os assessores nomeados, os especialistas. E é como deve ser, quem deve decidir é quem entende. Essa coisa de democracia é realmente uma superstição, um fetiche obsoleto, assim como nacionalismo, noção de pátria e semelhantes. — Lúcio, eu vou dizer o que eu acho. O que eu acho é que você está louco, está completamente louco. E estava enganado, quando me disse que eu não passaria nada adiante. É meu dever passar tudo adiante, fazer tudo para impedir essa monstruosidade, e eu vou fazer. — Não estou absolutamente maluco. Quem está maluco é você, preso a uma porção de noções ridículas e desprovidas de qualquer racionalidade — disse Lúcio Nemésio, pegando nas fotos como quem manipula as cartas de um baralho e, em seguida, num gesto quase casual, lançando-as na máquina ao lado da mesa. — O que é isso que você fez com as fotos? — Esta máquina é americana. É muito útil, quando se está envolvido num trabalho como o meu. Chama-se paper shredder. Quando se põe qualquer papel nela, ela o reduz a tiras finíssimas, o papel vira maravalha, mais ou menos. Foi o que acaba de acontecer a suas fotos, o que deve ser suficiente para lhe mostrar que eu não estava brincando, quando lhe disse que não permitiria que nada afetasse o projeto. — Você não pode fazer isso! —Já fiz. — As fotos não lhe pertencem! Isso é uma violência inominável! — Talvez, mas é como lhe disse. Lamento muito que você tenha tomado a decisão que tomou e que para mini é uma decepção, embora, de certa forma, já a esperasse. — Lúcio, você pode estar certo de que eu vou lutar contra isso, você vai ver! — Não vai adiantar nada, é perda de tempo. Ou talvez mais do que isso. — Você está me ameaçando? — Eu não, você é quem está me ameaçando, ameaçando meu projeto. — Eu vou lutar, eu vou lutar! — Faça como quiser. Como já falei, preferia muito que isso não acontecesse. Você quissaber das coisas, eu lhe contei a verdade. Mas não será por isso, repito, que permitirei que o projeto seja prejudicado. — Você está louco, Lúcio, louco, inteiramente louco. Saiu sem se despedir, quase correndo. Lúcio Nemésio levantou-se, andou atrás dele até a porta, desistiu de acompanhá-lo e voltou à mesa. Desligou o paper shredder, examinou os restos irreconhecíveis das fotos, ficou algum tempo pensando, com a mão no queixo, para depois pegar o telefone. — D. Salete? Desculpe incomodar a senhora em seu dia de folga, mas surgiu uma emergência. Chame todo o staff dos dois anexos, quero uma reunião rápido, estou indo para o Hospital agora mesmo. Localize o Secretário de Saúde em Salvador, quero falar com ele, vou precisar de uma equipe dos comandos sanitários ainda hoje. E chame o pessoal de choque de nossa equipe também, eles irão juntos com o comando. E localize também a juíza, preciso de uma ordem judicial para tomar certas medidas num terreiro de candomblé aí, onde há um foco de uma doença gravíssima, temos que eliminá-lo. Deu mais algumas instruções, desligou o telefone, vestiu um paletó com os cotovelos das mangas em couro, desceu, entrou no carro e partiu para o Hospital. Se era assim que João Pedroso queria, era assim que ia ser.

(pág. 246)...a escrever um livro, já traçara um plano de pesquisa bibliográfica e começara a anotar alguns temas e idéias, por enquanto desarrumadas. O poder político e econômico sobre a evolução das espécies, notadamente a humana. Se o homem controla a evolução, esta será ditada pelos que detêm o poder. O poder sabe o que é melhor para a espécie, ou sabe apenas o que é melhor para ele, a curto prazo? Sociologia da Genética. Ética Genética. Ditaduras programando padrões genéticos oficiais. Agora que a criança pode ser especificada, eis aqui as especificações do governo. Ilegal ter filho que não atenda às especificações, impatriótico. Predeterminação do sexo: culturas onde, por causa de dotes ou qualquer outra razão, não seja bom negócio ter filha, só vão produzir homens; culturas vice versa só vão produzir mulheres. Superpopulação de um ou de outro, trinta homens por mulher (e toda uma economia em torno disso, com a maior parte das mulheres milionária), o governo interfere: de agora em diante, proibido ter filho homem, só pode mulher. Predeterminação de aptidões. O plano do governo estabelece quotas, com base em projeções estatísticas, para preencher adequadamente as necessidades futuras de mão-de-obra. Nas economias de livre inciativa, os pais vão estudar essas projeções e investir na feitura de filhos com aptidões mais lucrativas. Várias maneiras de usar tudo isso para acabar de estropiar o Terceiro Mundo. Pools genéticos superiores monopolizados, como os das galinhas de granja, hoje em dia. Apoio a ditaduras que manipulem o perfil genético da população conforme o interesse prevalente. Fornecimento de gametas para as barbaridades deles. Patentes para substâncias e procedimentos destinados a eliminar defeitos de origem genética. Quem quiser certeza de filho que não herde defeitos pague os royalties. Países ricos com gerações perfeitas e nós cheios de tudo quanto é problema de saúde geneticamente condicionado e comprando os remédios e geringonças deles para nos tratar.

(pág. )...

(pág. )...


A Grande Gripe (espanhola)

A Grande Gripe
autor: John M. Barry

Descrição: Em 1918, um novo vírus de influenza, até então restrito às aves, passou a se manifestar também em humanos. Um ano mais tarde, o saldo era de pelo menos 100 mil mortos daquela que ficaria conhecida na história como gripe espanhola, marcando o primeiro grande embate entre a ciência e uma pandemia. Em apenas dois anos o vírus matou mais pessoas do que a Aids em todo o mundo ao longo dos 24 anos desde a sua descoberta, e mais pessoas em um ano do que a peste negra ao longo de um século. Em A grande gripe, John M. Barry conta a história do surto que começou em uma unidade militar do Kansas, nos Estados Unidos, chegou à Europa durante a Primeira Guerra Mundial levado pelas tropas americanas e de lá se espalhou para o globo. O pesquisador mostra ainda a corrida contra o tempo da comunidade científica norte-americana para combater a pandemia e como se deu uma das principais descobertas do século XX. Obra de referência sobre a gripe espanhola, premiada pela Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos e best-seller internacional, o livro é também um relato sobre poder, política e guerra, com importantes lições para um mundo sob a constante ameaça do bioterrorismo e do surgimento de novas epidemias globais. Barry crê que, nesses casos, a principal arma é sempre a informação.


O Coração das Trevas – Joseph Conrad

O Coração das Trevas
autor: Joseph Conrad

Descrição: Teodor Joseph Conrad Korzeniowski nasceu em Berdichev, Polônia, a 3 de dezembro de 1857 e morreu em Bishopsbourne, Inglaterra, em 3 de agosto de 1934. Aprendeu inglês aos 23 anos e foi nesta língua que escreveu uma obra considerada unanimemente como uma das mais importantes da literatura inglesa em todos os tempos. Foi marinheiro durante 16 anos, chegando até o posto de capitão-de-longo-curso. Percorreu a Ásia, África, América e Europa, de onde tirou o material para os 17 romances que escreveu, além de novelas e dezenas de contos. Este “O coração das trevas” (1902) é um dos seus maiores sucessos como escritor, tendo sido adaptado para o cinema por Francis Ford Coppola sob o nome de Apocalipse Now, com Marlon Brando, Martin Sheen, Robert Duvall e Dennis Hopper. Outros sucessos: “O agente secreto” (1907), “Lord Jim” (1900), Tufão (1903), “Nostromo” (1904).

pág....


A jangada de Pedra – José Saramago

A jangada de Pedra
autor: José Saramago

Descrição: Uma parábola sobre o isolamento dos povos ibéricos na Europa. Racham os Pirineus, a Península Ibérica se desgarra da Europa. Transformada em ilha – Jangada de Pedra, navega à deriva pelo Oceano Atlântico. A esse espetacular acidente geológico somam-se outros insólitos que unem os quatro personagens principais do romance numa viagem apocalíptica e utópica pelos caminhos da linguagem e, através desta, da arte e da cultura peninsulares.


Psicopatas do Cotidiano

Psicopatas do Cotidiano
autor: Katia Mecler

Descrição: Diz o ditado que de perto ninguém é normal. E, de fato, basta parar um minuto para observar o seu entorno e você vai identificar aquela pessoa que é instável demais, outra que é inflexível demais, outra ainda que é teatral ou insegura ou arrogante ou submissa… Os desvios são muitos, e estão sempre à nossa volta. Às vezes são apenas características individuais, que não preenchem critérios para diagnóstico psiquiátrico algum, mas outras vezes são comportamentos repetitivos, peculiares e disfuncionais que causam danos físicos e psicológicos às próprias pessoas ou para aquelas que estão ao seu redor. Este livro identifica estes que são os psicopatas do cotidiano e explica em detalhes as características que levam essas pessoas a agirem assim. Para quem tem um deles ao redor, será uma oportunidade única de descobrir mecanismos que ajudem a manter a própria integridade, física ou psicológica, sem abrir mão da convivência. As pessoas precisam, isto sim, conhecer melhor seus próprios problemas ou os transtornos de gente do seu relacionamento. E o conhecimento é o melhor caminho para que se possa conviver melhor. Folha de São Paulo, 02/05/2015.