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Hungria 1956…e o Muro Começa a Cair
Ladislao Pedro Szabo

Hungria 1956…e o Muro Começa a Cair
autor: Ladislao Pedro Szabo

Descrição: O Muro de Berlim começou a cair na Hungria. Parte do bloco socialista comandado pela então União Soviética, a Hungria se posicionava contra a ditadura dos seguidores de Stalin, com suas torturas e execuções em massa dos supostos inimigos do regime, o culto à personalidade do ditador e o autoritarismo arbitrário. A revolução húngara de 1956 foi um dos mais importantes sinalizadores da queda do Muro de Berlim, da derrocada da União Soviética e do “socialismo real”. Neste livro, os autores perfazem detalhadamente e analisam todos os ângulos desse levante, que teve adesão tanto de intelectuais e estudantes quanto dos trabalhadores e que por suas conquistas como um movimento de liberdade foi esmagado. A obra, com documentos inéditos em língua portuguesa, trata ainda das repercussões do levante húngaro no Brasil. Uma leitura apaixonante.


1889 – Laurentino Gomes

1889
autor: Laurentino Gomes

Descrição: Nas últimas semanas de 1889, a tripulação de um navio de guerra brasileiro ancorado no porto de Colombo, capital do Ceilão (atual Sri Lanka), foi pega de surpresa pelas notícias alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. O Brasil havia se tornado uma república. O império brasileiro, até então tido como a mais sólida, estável e duradoura experiência de governo na América Latina, com 67 anos de história, desabara na manhã de Quinze de Novembro. O austero e admirado imperador Pedro II, um dos homens mais cultos da época, que ocupara o trono por quase meio século, fora obrigado a sair do país junto com toda a família imperial. Vivia agora exilado na Europa, banido para sempre do solo em que nascera. Enquanto isso, os destinos do novo regime estavam nas mãos de um marechal já idoso e bastante doente, o alagoano Manoel Deodoro da Fonseca, considerado até então um monarquista convicto e amigo do imperador deposto.Essas e outras histórias surpreendentes estão em 1889, o novo livro do premiado escritor Laurentino Gomes. A obra, que trata da Proclamação da República, fecha uma trilogia iniciada com 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de Dom João para Rio de Janeiro, e continuada com 1822, sobre a Independência do Brasil.


Subliminar – Leonard Mlodinow

Subliminar
autor: Leonard Mlodinow

Descrição: Você acha que sabe como e por que faz suas escolhas? Suas preferências políticas, a gorjeta que dá ao garçom, aquele colega de trabalho com uma cara tão amigável de quem você desconfia e até a pessoa com quem você se casa não são opções tão objetivas assim. Por trás do pensamento consciente, age uma parte desconhecida de sua mente. É disso que trata aqui Leonard Mlodinow, o sempre brilhante, preciso e divertido autor de O andar do bêbado. Depois de ler Subliminar, a sua vida nunca mais será a mesma. Esta maravilhosa jornada pelo inconsciente fará você olhar para si mesmo (e para os outros à sua volta) de uma nova maneira.

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A Revelação dos Templários - Lynn Picknett

A Revelação dos Templários
autor: Lynn Picknett

Descrição: Em extraordinário trabalho de investigação, os historiadores, dublês de detetives, Lynn Picknett e Clive Prince desvendam os caminhos comuns da Maçonaria, dos Cátaros, dos Cavaleiros Templários e descobrem a verdade oculta, a religião subterrânea, cujas raízes remontam ao primeiro século da era cristã e sobrevivem até os nossos dias. Numa narrativa fascinante em busca da verdade através do tempo, os autores revelam, como fruto de suas pesquisas, uma nova visão dos fundadores do cristianismo e espantosas informações sobre João Batista e Maria Madalena.


Medicina dos Horrores - Lindsey Fitzharris

Medicina dos Horrores
autor: Lindsey Fitzharris

Descrição do livro: Em Medicina dos horrores, a historiadora Lindsey Fitzharris narra como era o chocante mundo da cirurgia do século XIX, que estava às véspera de uma profunda transformação. A autora evoca os primeiros anfiteatros de operações — lugares abafados onde os procedimentos eram feitos diante de plateias lotadas— e cirurgiões pioneiros, cujo ofício era saudado não pela precisão, mas pela velocidade e pela força bruta, uma vez que não havia anestesia. Não à toa, os mais célebres cirurgiões da época eram capazes de amputar uma perna em menos de trinta segundos. Trabalhando sem luvas e sem qualquer cuidado com a higiene básica, esses profissionais, alheios à existência de micro-organismos, ficavam perplexos com as infecções pós-operatórias, o que mantinha as taxas de mortalidade implacavelmente elevadas. É nesse cenário, em que se considerava mais provável um homem sobreviver à guerra do que ao hospital, que emerge a figura de Joseph Lister, um jovem médico que desvendaria esse enigma mortal e mudaria o curso da história. Concentrando-se no tumultuado período entre 1850 e 1875, a autora nos apresenta Lister e seus contemporâneos e nos conduz por imundas escolas de medicina, os sórdidos hospitais onde eles aprimoravam sua arte, as “casas da morte” onde estudavam anatomia e os cemitérios, que eles volta e meia invadiam para roubar cadáveres. Chocante e revelador,Medicina dos horrores celebra o triunfo de um visionário, cuja busca par a atribuir um caráter científico à medicina terminou por salvar milhões de vidas.


Getúlio 1882 – 1930 -Lira Neto

Getúlio 1882 – 1930
autor:Lira Neto

Descrição do livro: Getúlio Dornelles Vargas (1882-1954) é a figura histórica sobre a qual mais se escreveu no Brasil. No entanto, na copiosa bibliografia dedicada a ele, não havia até agora uma biografia completa, de cunho jornalístico e objetivo, que procurasse reconstituir em minúcias a trajetória pessoal e política do personagem do modo mais isento possível. A monumental trilogia Getúlio, de Lira Neto, da qual se lança agora o primeiro volume, vem suprir com sobras essa lacuna. Ao longo de dois anos e meio, o autor se debruçou sobre uma vastíssima gama de documentos – muitos deles inéditos ou pouco explorados – para ajudar a decifrar a “esfinge Getúlio” e mostrar como foi possível que convivessem no mesmo indivíduo o revolucionário, o ditador, o reformador social e o demagogo. Sem desdenhar nenhum tipo de fonte ou arquivo, Lira Neto se serviu de cartas pessoais e memorandos oficiais, de diários íntimos, autos judiciais, boletins de ocorrência, notícias de jornal, anúncios de publicidade, charges, hinos, marchinhas, livros de memórias, entrevistas, depoimentos etc. O resultado desse árduo trabalho, acompanhado de um mergulho na bibliografia histórica sobre o período, é um relato envolvente, por vezes eletrizante, ao qual o talento narrativo do autor confere a vivacidade e o ritmo de um bom romance. A herança política caudilhista, sob a égide dos caudilhos gaúchos Julio de Castilhos e Borges de Medeiros; a formação positivista, com uma forte tendência anti-cristã depois abafada por conveniências políticas; as escaramuças da sangrenta política regional gaúcha; o aprendizado da política (e da politicagem) em âmbito nacional na capital da República; as relações ambivalentes com as velhas oligarquias e com a inquietação tenentista; o esboço das ideias trabalhistas e da tutela do estado sobre as relações entre o capital e o trabalho; o desenvolvimento de uma personalidade política ardilosa; a oscilante candidatura de oposição à presidência em 1930 e por fim a Revolução vitoriosa que liquidou a Primeira República e instaurou uma nova era na política brasileira – tudo isso é narrado de modo vívido neste primeiro volume.

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Memorias de un soldado desconocido


autor: Lorena Carvalho dos Reis1

Memorias de un soldado desconocido. Autobiografía y antropología de la violencia (2012) é uma obra que trás à tona o relato de vida de Lurgio Gavilán Sánchez, um cidadão peruano que participou diretamente do maior conflito armado do seu país, a Guerra Interna do Peru (1980-2000). Tendo em vista o contexto de produção da obra, seu gênero e as dúvidas teóricas suscitadas tanto pelo testimonio quanto pela autobiografia, este artigo visa analisar as estratégias de representação de si e da história no texto autobiográfico de Gavilán, a fim de contribuir para os estudos da memória e do testemunho nessas vertentes literárias.


Os Arquivos Snowden – Luke Harding

Os Arquivos Snowden
autor: Luke Harding

Descrição: A História Secreta do Homem mais procurado do Mundo! Este livro conta os bastidores das ações de Edward Snowden e dos jornalistas que enfrentaram a pressão dos governos norte-americano e britânico para conseguir um furo histórico. O que se seguiu foi o mais espetacular vazamento de segredos de Estado de todos os tempos, realizado por um homem extraordinário. Os desdobramentos deste vazamento estremeceram as relações de líderes políticos de todo o mundo, de Barack Obama ao primeiro ministro britânico David Cameron, passando pelos presidentes da França, da Indonésia, pela chanceler alemã Angela Merkel, e até mesmo por Dilma Roussef e o alto escalão do governo brasileiro. Edward Snowden, um jovem gênio da computação trabalhando para a NSA, Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, alertou o mundo para o modo como a poderosa organização vinha usando as novas tecnologias para ter acesso a informações privadas até mesmo de insuspeitos cidadãos norte-americanos. O mundo da espionagem chama isso de “controle da internet”. Outros chamam de morte da privacidade.


“Parirás com Dor”: a violência obstétrica revisitada

Dossiê elaborado pela Rede Parto do Princípio para a CPMI da Violência Contra as Mulheres
Parirás com Dor - autor: Maíra Soares Ferreira

Resumo: Diante de um contexto social em que predominam os partos instrumentais, via cirurgia cesariana, nos hospitais particulares, e a “cascata de intervenções” nos partos vaginais dos hospitais públicos brasileiros, o movimento de mulheres marcou o início do século XXI com a nomeação da “violência obstétrica”. A compreensão da violência obstétrica abarca desde agressões físicas, psicológicas, verbais, simbólicas, sexuais até negligências nas assistências, discriminação, medicalização excessiva e inapropriada, adesão a práticas obstétricas desaconselhadas, dolorosas, prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas, vividas no momento da gestação, parto, nascimento e pós-parto. Os aspectos dessa violência – com imposição de dor, sofrimentos e mortes evitáveis – se encontram legitimados pela ciência obstétrica e autorizados pelo Estado como assistência à saúde sexual e reprodutiva. Argumentamos que a violência obstétrica é um ato misógino de punição às mulheres, resultado de séculos de negação de sua sexualidade.1) O artigo está ancorado nas discussões dos capítulos 1 e 2 da tese Pisando em óvulos: a violência obstétrica como uma punição sexual às mulheres, de Maíra Soares Ferreira, sob orientação da Profa. Dra. Eliane Gonçalves, defendida no Programa de Pós--Graduação em Sociologia, da Universidade Federal de Goiás, em 2019. A


O Livro Obscuro do Descobrimento – Marcos Costa

O Livro Obscuro do Descobrimento
autor: Marcos Costa

Descrição: Prepare-se para embarcar numa viagem surpreendente. A rota inclui mudanças vertiginosas que influenciaram a humanidade para sempre, além de fatos, tramas e personagens sombrios que protagonizaram histórias ignoradas pelos relatos oficiais. Destino final? O Brasil, claro, um país que nasce no meio do caminho de uma avalanche que varreu o mundo entre meados do século XV e início do século XVI. É nessa a jornada que o leitor embarca no livro obscuro do descobrimento do Brasil, do historiador e professor Marcos Costa, o mesmo autor de A História do Brasil para quem tem pressa. O caminho está repleto de magia e ciência, enigmas e conspirações, mistério e religião, intrigas e lutas pelo poder – e tudo isso fez parte do projeto de conquista do Brasil.


1964: História Do Regime Militar Brasileiro – Marcos Napolitano

1964: História Do Regime Militar Brasileiro
autor:1964: Marcos Napolitano

Descrição: 1964 – Exatos cinquenta anos atrás, o Brasil mergulhou em uma ditadura que iria perdurar por mais de duas décadas. É chegado o momento de fazer um balanço histórico do regime militar. Marcos Napolitano, conhecido historiador da USP, discute neste livro sólido e bem escrito as principais questões desses “anos de chumbo”. A ditadura durou muito graças ao apoio da sociedade civil, anestesiada pelo “milagre” econômico? Foi Geisel, com a ajuda de Golbery, o pai da abertura, ou foi a sociedade quem derrubou os militares do poder? Como era o dia a dia das pessoas durante o regime militar? Como a cultura aflorou naquele momento? O que aconteceu com a oposição e como ela se reergueu? Qual a reação da sociedade (e do governo) à tortura e ao “desaparecimento” de presos políticos? Obra de historiador, livro obrigatório para quem quer compreender o Brasil, uma síntese brilhante.

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Darwinismo social, eugenia e racismo "científico"
Maria Augusta Bolsanello.

Darwinismo social, eugenia e racismo "científico":
autor: Maria Augusta Bolsanello.

O Darwinismo social, pode ser definido como a aplicação das leis da teoria da seleção natural de Darwin na vida e sociedade humanas. Seu grande mentor foi o filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903), que inclusive criou a expressão "sobrevivência dos mais aptos". Que mais tarde também seria utilizada por Darwin.

Churchill – uma vida – Vol.02 - Martin Gilbert

Churchill – uma vida – Vol. 02
autor: Martin Gilbert

Descrição do livro: Escrito pelo biógrafo oficial de Churchill, o historiador mundialmente consagrado Martin Gilbert, este livro é a mais completa biografia já escrita sobre um dos estadistas mais importantes de todos os tempos – um homem de inteligência sublime e personalidade explosiva que esteve no centro de acontecimentos fundamentais do século XX. Elaborado a partir de anos de pesquisa meticulosa e documentação exclusiva, e repleto de material apenas recentemente descoberto, Churchill – uma vida é o casamento perfeito entre a dureza dos fatos da vida pública e os detalhes íntimos de um homem que exerceu papel preponderante para a divisão do mundo como o conhecemos hoje.


A Primeira Guerra Mundial: Os 1.590 Dias que Transformaram o Mundo
Martin Gilbert

A Primeira Guerra Mundial: Os 1.590 Dias que Transformaram o Mundo
autor: Martin Gilbert

Descrição: Em A Primeira Guerra Mundial, o historiador Martin Gilbert se debruça sobre o conflito que mudou o mundo, matou milhões de pessoas, destruiu quatro grandes impérios e alterou definitivamente o panorama geopolítico da Europa e do Oriente Médio. Mais do que isso, legou à humanidade novas tecnologias de morte – tanques, aviões, submarinos, metralhadoras, artilharia de campo, gás venenoso, armas químicas. Era a guerra para acabar com todas as guerras. Começou às onze e quinze da manhã, em 28 de junho de 1914, em Sarajevo, e se encerraria oficialmente quase cinco anos depois. Até hoje, no entanto, vivemos muitos dos horrores que ali nasceram: a Primeira Guerra Mundial nunca terminou. Entre 1914 e 1918, se desenrolaram duas guerras muito diferentes. Em consequência de ocupações, bombardeios, fome e doenças, mais de nove milhões de militares e cinco milhões de civis foram mortos. Porém, paralelamente ao conflito em que o sofrimento individual e a angústia atingiram uma escala gigantesca, em particular nas trincheiras da linha de frente, houve o embate de gabinetes, soberanos, propagandistas e idealistas que, repletos de ambições e ideais políticos e territoriais, determinaram o futuro e impérios, nações e povos de modo tão contundente quanto no campo de batalha. Tudo passou por uma enorme transformação: os códigos de comportamento, a literatura, as distinções de classe. Nas palavras do autor, “a guerra alterou o mapa e o destino da Europa da mesma forma que cauterizou sua pele e deixou marcas na sua alma.” Gilbert constrói uma narrativa ao mesmo tempo épica e acessível para apresentar a Primeira Guerra Mundial a partir da perspectiva humana e do cidadão comum, sem deixar de detalhar seu efeito em futuros líderes como Hitler, Churchill e De Gaulle. Repleto de mapas e fotos da época é um complemento à altura de seu monumental A Segunda Guerra Mundial. “Um dos primeiros livros que qualquer pessoa deve ler para entender a guerra e o século” – The New York Times “Magistral… Gilbert nunca se esquece de que os ‘“exércitos conflituosos’ eram compostos de milhões de indivíduos… De leitura muito fácil… A compreensão de Gilbert a respeito de seu material é invejável e o resultado é admirável. É a história dos homens comuns da Primeira Guerra Mundial.” – Sunday Times “História muito lúcida… Consegue com sucesso exaltar o custo humano individual e também a perspectiva mais ampla.” – Daily Mail “Uma aversão permanente em ler a respeito de História foi curada de forma triunfante pela obra imensa e apaixonante de Martin Gilbert… Lemos como um bom romance.” – Scotsman Sobre o autor: Sir Martin Gilbert é um dos principais historiadores de sua geração. Membro honorário do Merton College, em Oxford, há trinta anos, ele é o biógrafo oficial de Churchill e autor de oitenta livros, entre os quais Segunda Guerra Mundial (publicado no Brasil pela Casa da Palavra); First World War; A Comprehensive History of Israel e os três volumes de A History of the Twentieth Century.

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A vida privada de Stálin - Lilly Marcou

A vida privada de Stálin
autor:Lilly Marcou

Descrição do livro: Um homem dedicado à família, mesmo com as atribulações de sua vida pública, e generoso, que gostava de ter todos perto de si em almoços na casa de campo. Essa é uma imagem que dificilmente associaríamos a Stálin, o responsável pela morte de milhões de pessoas e um dos personagens mais emblemáticos e polêmicos do século XX. Fruto da determinação da historiadora francesa Lilly Marcou em conhecer melhor uma figura tão contraditória. A vida privada de Stálin traça um perfil revelador do homem sempre ofuscado pelo mito. Sem pretender promover um novo julgamento dos anos de terror stalinista, o resultado do trabalho de Marcou é um Stálin de carne e osso, humano, ainda que não menos vulnerável às acusações da posteridade. Para escrever este livro, baseado em trinta anos de pesquisas, ela contou com fontes primárias, inéditas em em sua maioria. Mergulhou profundamente nos arquivos abertos ao Ocidente após o fim da União Soviética e entrevistou parentes e pessoas próximas a Stálin que sobreviveram aos expurgos. A autora evidencia como as atrocidades do regime conviviam com a esfera privada na vida do ditador e desvenda o homem por trás do mito, sem com isso questionar seus crimes. Por trás do líder carismático que mobilizou nações e surpreendeu seus pares como Churchill e Roosevelt; ou do governante implacável na eliminação de seus opositores, mesmo que fossem membros de sua própria família, ela recupera o jovem inúmeras vezes exilado pelo czar e o homem duas vezes viúvo e envolto numa crescente paranoia. Nesse processo, apresenta fatos novos, ilumina aspectos omitidos ou ignorados e esclarece controvérsias, fazendo a ponte entre o rumor e a realidade.


Era Uma Vez Um Segredo: meu caso secreto com o presidente John F. Kennedy
Mimi Alford

Era Uma Vez Um Segredo – Mimi Alford
autor: Mimi Alford

Descrição: História da estagiária do gabinete de imprensa da Casa Branca que nos anos 1960 teve um caso com John F. Keneddy e as consequências desse romance em sua vida.

Trecho:Todo mundo tem um segredo. Este é o meu. No verão de 1962, eu tinha 19 anos e trabalhava como estagiária no gabinete de imprensa da Casa Branca. Durante esse verão e por mais um ano e meio, até sua trágica morte em novembro de 1963, tive um relacionamento íntimo e duradouro com o presidente John F. Kennedy. Guardei esse segredo com disciplina quase religiosa por mais de quarenta anos, confiando apenas em um pequeno grupo de pessoas, entre as quais estava o meu primeiro marido. Nunca contei a meus pais, nem a meus filhos. Achei que permaneceria meu segredo até a morte. Não foi o que aconteceu.


O Alcorão

O Alcorão
autor: Maomé Muhammad

Descrição: Texto sagrado do Islã que traz revelações de Alá para Maomé, quando este contava com 40 anos, no início do século VII. Os seguidores de Maomé começaram a escrever as revelações após sua morte, em 632 d.C., sendo recopiladas no reinado de Omar, em 650 e transformadas no Alcorão como é conhecido hoje.


A Realidade de Madhu-Melissa Tobias

A Realidade de Madhu
autor: Melissa Tobias

Neste surpreendente romance de ficção científica, Madhu é abduzida por uma nave intergaláctica. A bordo da colossal nave alienígena, fará amizade com uma bizarra híbrida, conhecerá um androide que vai abalar seu coração e aprenderá lições que mudarão sua vida para sempre. Madhu é uma Semente Estelar e terá que semear a Terra para gerar uma Nova Realidade que substituirá a ilusória realidade criada por Lúcifer. Porém, a missão não será fácil, já que Marduk, personificação de Lúcifer na Via Láctea, com a ajuda de seus fiéis sentinelas reptilianos, fará de tudo para não deixar a Nova Realidade florescer. Madhu terá que tomar uma difícil decisão. E aprenderá a usar seu poder sombrio em benefício da Luz.


O Enigma de Andrômedra

O Enigma de Andrômedra
autor:michael Crichton

(pág. 5)Este livro descreve os cinco dias da mais grave crise da história científica americana.Tal como sucede na maioria das crises, os acontecimentos que envolveram a Espécie Andrômeda constituíram um complexo de precaução e insensatez, inocência e ignorância. Quase todos os que estiveram envolvidos nesses acontecimentos tiveram os seus instantes de grande brilho, bem como momentos de inacreditável estupidez. Torna-se, portanto, impossível narrar os fatos sem ofender alguns de seus participantes. Entretanto, creio ser importante o relato dos fatos. Este país possui a maior organização científica de toda a historia da humanidade. Continuamente fazemse novas descobertas, muitas delas com importantes implicações políticas ou sociais. No futuro próximo poderão surgir novas crises do tipo de Andrômeda. Acredito, portanto, ser útil colocarmos o público a par da maneira como surgem as crises e como elas são enfrentadas.

(pág. 29)Manchek esquecera os detalhes, exceto o fato de que havia um laboratório montado num certo ponto do país e uma equipe de cinco cientistas que, mediante aviso de alerta, assumiriam suas funções nesse laboratório. A função dessa equipe seria a investigação de possíveis formas de vida extraterrestre que fossem trazidas por uma nave espacial americana de retorno à Terra.

(pág. 39)No verão de 1962, J. J. Merrick, biofísico britânico, apresentou um trabalho ao Décimo Simpósio Biológico em Cold Spring Harbor, Long Island. O título do seu trabalho era: "Frequência de Contato Biológico de Acordo com as Probabilidades de Diferenciação das Espécies." Merrick era um cientista rebelde, muito pouco ortodoxo... “Sou levado a concluir que o primeiro contato com vida extraterrestre será determinado pelas probabilidades conhecidas da diferenciação das espécies. É um fato indiscutível que os organismos complexos são raros sobre a Terra, enquanto organismos simples florescem abundantemente. Há milhões de bactérias e milhares de espécies de insetos. Há poucas espécies de primatas e somente quatro de macacos de grande porte. Existe exclusivamente uma espécie humana. Essa frequência de diferenciação das espécies é acompanhada por uma frequência correspondente em números. As criaturas simples são muito mais comuns do que os organismos complexos. Há três bilhões de homens sobre a Terra e isso pode parecer muito até que nos lembremos de que dez ou até mesmo cem vezes esse número de bactérias poderá ser contido num só frasco grande. ...O meu propósito foi o de determinar a probabilidade de contato entre o homem e outra forma de vida.

(pág. 40)...Essas considerações me levam a acreditar que a primeira interação com vida extraterrestre consistirá em contato com organismos semelhantes, se não idênticos, a bactérias ou vírus terrestres. As consequências de tal contato parecem-nos perturbadoras quando lembramos que três por cento de todas as bactérias terrestres são capazes de exercer algum efeito danoso sobre o homem.“ Mais tarde, o próprio Merrick aventara a possibilidade de que o primeiro contato consistiria numa praga trazida da lua pelo primeiro homem que lá chegasse.Essa ideia foi acolhida com hilaridade pelos cientistas presentes.

(pág. 42)No início da década de sessenta, a América compreendera com certa relutância que possuía, na qualidade de nação, o mais poderoso complexo científico de toda a história do mundo. Oitenta por cento das descobertas científicas feitas nas últimas três décadas eram devidas aos americanos. Os Estados Unidos possuíam 75 por cento de todos os computadores e 90 por cento dos lasers existentes no mundo. Os Estados Unidos possuíam três vezes e meia mais cientistas do que a União Soviética e os gastos em pesquisas obedeciam a essa mesma proporção. Possuíam ainda quatro vezes mais cientistas do que a da Comunidade Econômica Europeia, gastando em pesquisa sete vezes mais do que esta. A maior parte desse dinheiro provinha, direta ou indiretamente, do Congresso, e este tinha grande necessidade de homens para aconselharem-no quanto à sua aplicação.

(pág. 44) Universidade de Stanford
Palo Alto, Califórnia
10 de junho de 1965
Ao Presidente dos Estados Unidos da América Casa Branca
1600 Pensylvania Avenue, Washington, D. C
Caro Senhor Presidente,
Recentes exames teóricos levam a crer que os processos de esterilização das sondas espaciais que são recuperadas talvez sejam inadequados para garantir a reentrada estéril na atmosfera deste planeta. A consequência disso é a introdução potencial de organismos virulentos na presente estrutura ecológica terrestre. É nossa opinião que a esterilização de sondas recuperáveis e cápsulas tripuladas jamais poderá ser totalmente satisfatória. Nossos cálculos indicam que mesmo no caso de ser processada uma esterilização das cápsulas no espaço, ainda assim a probabilidade de contaminação seria de uma em dez mil, ou talvez muito mais. Tais estimativas são baseadas nos nossos conhecimentos sobre a vida organizada; poderão existir outras formas de vida inteiramente resistentes aos nossos métodos de esterilização. Assim sendo, solicitamos insistentemente que sejam criadas condições visando à possibilidade de enfrentar uma forma de vida extraterrestre no caso de sua introdução inadvertida em nosso planeta. O propósito de tal instalação seria duplo: limitar a disseminação dessa forma de vida e dispor de laboratórios para seu estudo e análise, visando a proteger as formas de vida terrestre de sua influência. Recomendamos que tal estabelecimento fique localizado em região desabitada do território americano; que seja construído subterraneamente; que seja dotado de todos os dispositivos técnicos de isolamento conhecidos; e que seja equipado com um dispositivo nuclear para a sua autodestruição no caso de emergência. Ao que nos é dado saber, não há forma de vida capaz de sobreviver a dois milhões de graus de calor que sucedem uma detonação nuclear. Cordialmente, subscrevemo-nos Jeremy Stone John Black Samuel Holden Terence Lisset Andrew Weiss. A reação a essa carta foi agradavelmente rápida. Vinte e quatro horas depois, Stone recebia um chamado de um dos conselheiros do presidente e no dia seguinte voava para Washington, a fim de conferenciar com o presidente e com os membros do Conselho de Segurança Nacional. Duas semanas depois, voava para Houston, a fim de discutir novos planos com o pessoal da NASA. Se bem que Stone recorde uma ou duas confusões a respeito da "desgraçada penitenciária para micróbios", a maioria dos cientistas com quem discutiu o assunto mostrou-se favorável ao projeto. Decorrido um mês, a equipe informal constituída por Stone foi reforçada e transformada em comitê oficial que deveria estudar os problemas da contaminação, apresentando recomendações nesse sentido. O comitê foi incluído na Relação dos Projetos de Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa e subvencionado por este último. Nessa ocasião estavam sendo feitos investimentos substanciais nos campos de Química e da Física - pulverização iônica, duplicação reversa, substratos pimeson - mas havia também um interesse crescente pelos problemas biológicos. Dessa forma, havia um grupo das Pesquisas Avançadas estudando o ritmo eletrônico das funções cerebrais (um eufemismo para designar controle da mente); um outro preparara um estudo sobre a bios-sinergia, ou seja as possíveis combinações futuras de homem e máquina implantada no corpo; um terceiro grupo, ocupava-se do Projeto Ozma, levado a efeito no período 1961-64 em busca de vida extraterrestre. Havia ainda um quarto grupo tratando dos estudos preliminares de uma máquina capaz de desempenhar todas as funções humanas.

(pág.47) Prosseguindo com a leitura, Stone ficou sabendo que o Projeto Scoop fora contratado ao Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, no ano de 1963. Seu propósito declarado era o de coletar quaisquer organismos que pudessem ser encontrados no "espaço próximo", ou seja, a camada superior da atmosfera terrestre. Em termos claros, tratava-se de um projeto do Exército, porém custeado através da NASA, supostamente uma organização civil. Na realidade, a NASA era um órgão do governo, com grandes conotações militares; 43 por cento do seu trabalho contratual em 1963 eram de caráter secreto... Teoricamente, o objetivo do LPJ era projetar um satélite que penetrasse nos limites do espaço, com a finalidade de coletar organismos e poeira para exame. O projeto era considerado puramente científico - quase como simples curiosidade -, sendo aceito como tal por todos os cientistas envolvidos em seu estudo. Na realidade, porém, os verdadeiros propósitos eram bem diversos. As reais finalidades do Scoop eram as de encontrar novas formas de vida visando a incrementar o programa de Fort Detrick. Em essência, tratava-se de pesquisa destinada a descobrir novas armas biológicas para a guerra.

(pág. 47) Detrick era uma estrutura desconexa situada em Maryland e dedicada à descoberta de armas químicas e biológicas. Ocupando uma área de 5,2 km2, com instalações avaliadas em cem milhões de dólares, era considerada como um dos maiores estabelecimentos de pesquisa de todos os gêneros dentro dos Estados Unidos. Somente 15 por cento de suas descobertas chegavam a ser divulgados em publicações científicas às quais o público tinha acesso; o restante era secreto, o mesmo acontecendo com relatórios apresentados por Harley e Dugway . Harley era um estabelecimento de máxima segurança, ocupando-se, de um modo geral, com pesquisas de vírus. Nos dez anos anteriores, haviam sido desenvolvidos nesse local inúmeros novos vírus, desde a variedade codificada como Carrie Nation (que provocava diarreia) até a denominada Arnold (que ocasiona espasmos clônicos e morte). O campo de provas de Dugway era maior do que o estado de Rhode Island, sendo utilizado principalmente para testar. gases venenosos, tais como Tabun, Sldar e Kuff-11. Stone sabia que bem poucos americanos conheciam a extensão das pesquisas feitas nos Estados Unidos no campo das armas químicas e biológicas. O total da verba governamental para tais atividades era superior a meio bilhão de dólares anuais. Boa parte dessa importância era distribuída pelos centros acadêmicos, tais como Johns Hopkins, Pensilvânia e Universidade de Chicago, onde pesquisas referentes a armas eram contratadas sob condições nebulosas. Por vezes, é claro, essas condições não eram tão vagas assim. O programa de Johns Hopkins visava a "estudos de danos e moléstias reais ou potenciais, estudos referentes a moléstias potencialmente significativas como armas biológicas, e avaliação de certas reações químicas e imunológicas a determinados toxoides e vacinas". Nos últimos oito anos, nenhuma das conclusões obtidas em Johns Hopkins fora divulgada publicamente. Os estudos de outras universidades, como Chicago e UCLA, eram publicados ocasionalmente, sendo, porém, considerados nos círculos militares como "balões de ensaio", visando a divulgar itens das pesquisas em curso com a finalidade de intimidar os observadores estrangeiros. Um exemplo clássico era o trabalho elaborado por Tendron e outros cinco, intitulado: "Pesquisas Referentes a uma Toxina que Desacopla Rapidamente a Fosforilação Oxidativa Através da Absorção Cutânea." O trabalho descrevia, mas não identificava, um veneno capaz de matar uma pessoa em menos de um minuto, sendo absorvido através da pele. Dizia-se que a descoberta era relativamente sem importância, se comparada a outras toxinas isoladas em anos recentes. Com tanto dinheiro e empenho aplicado no programa das armas químicas e biológicas, seria de esperar que novas armas cada vez mais virulentas fossem continuamente aperfeiçoadas. Entretanto, isso não ocorreu de 1961 a 1965. A conclusão a que chegou em 1961 o subcomitê do Senado para o estado de prontidão foi de que "a pesquisa convencional fora menos que satisfatória" e que "novos caminhos e processos de investigação" deveriam ser adotados nesse campo. Era essa precisamente a intenção do General-de-divisão Thomas Sparks ao idealizar o Projeto Scoop. Em sua forma definitiva, o projeto visava a colocar dezessete satélites em órbita, em torno da Terra, os quais coletariam organismos, trazendo-os de volta ao nosso planeta. Stone leu os relatórios referentes a cada um dos voos anteriores. O Scoop I era um satélite revestido de ouro de formato cônico, pesando dezessete quilos, incluindo-se o equipamento. Fora lançado da base aérea de Vandenberg, em Purisima, Califórnia, no dia 12 de março de 1966. Vandenberg é a base de lançamento para órbita de trajetória oeste-leste, em oposição ao Cabo Kennedy, onde são feitos lançamentos leste-oeste. Vandenberg conta ainda com a vantagem adicional de melhores condições de sigilo do que em Cabo Kennedy O Scoop I permaneceu em órbita por seis dias antes de ser trazido de volta. Aterrissou com sucesso num pântano nas proximidades de Athens, na Geórgia Infelizmente chegou-se à conclusão de que continha tão-somente organismos terrestres conhecidos. O Scoop II incendiou-se por ocasião da re-entrada, em consequência de falha nos instrumentos. O Scoop III incendiou-se igualmente, apesar de contar com um novo tipo de blindagem antitérmica, sob forma de um laminado à base de plástico e tungstênio.

(pág. 72) Nada de sangue. - E extraordinário. Cortou mais profundamente. Ainda assim, a incisão não provocava sangramento. Súbita e abruptamente atingiu uma artéria. Um material vermelho-escuro esfarelou-se e foi cair em migalhas no chão. - Macacos me mordam! - exclamou Stone. - Coágulo solidificado - declarou Burton. - Não admira que essa gente não tenha sangrado. - Ajude-me a virá-lo - pediu Burton. Os dois colocaram o corpo deitado de costas e Burton fez uma incisão profunda na coxa, atingindo a artéria e veia femural. Mais uma vez, não houve sangramento e, ao atingirem a artéria, grossa como um dedo, verificaram que o seu conteúdo era uma massa consistente e avermelhada. - É inacreditável! Burton procedeu a mais outra incisão, desta vez no peito. Cortou até expor as costelas, e então procurou ao redor por uma faca bem afiada. Queria um osteótomo, mas não encontrou nenhum. Decidiu-se finalmente pelo cinzel que fora utilizado para abrir a cápsula. Com ele partiu diversas costelas, a fim de ter acesso aos pulmões e ao coração. Novamente não houve sangramento. Burton respirou fundo e então abriu um corte no coração, através do ventrículo esquerdo. O interior estava cheio de um material vermelho e esponjoso. Não havia nem um pouco de sangue líquido. - Coagulação completa. Não há sombra de dúvida. - Tem alguma ideia sobre o que possa provocar esse tipo de coagulação? - perguntou Stone. - De todo o sistema vascular? De todo o sangue do corpo? Não. - Burton sentou-se pesadamente na cadeira do médico, olhando para o corpo que acabara de retalhar. - Nunca ouvi falar em nada desse gênero. Existe uma coisa denominada coagulação intravascular disseminada, mas é muito rara e é necessário que haja toda uma série de condições especiais para deflagrá-la. - Uma simples toxina seria capaz de fazê-lo? - Teoricamente, creio que sim. Entretanto, na realidade, não existe uma só toxina no mundo... Ele estacou. - Sim - atalhou Stone. -Acho que é isso mesmo. Apanhou o satélite designado Scoop VII e levou-o para fora até o fur

(pág. 115)Burton não era hematologista, mas em seu trabalho tinha contato com alguns estudos referentes ao sangue. Não ignorava a existência de uma grande variedade de bactérias com efeitos sobre o sangue. Em suas próprias pesquisas com os estafilococos chegara à conclusão de que esses organismos produziam duas enzimas que alteravam o sangue. Uma delas, denominada exotoxina, destruía a pele e dissolvia os glóbulos vermelhos. A outra, um coagulase, revestia as bactérias com proteína, visando a impedir sua destruição pelos glóbulos brancos. Era possível, portanto, que bactérias alterassem o sangue. E poderiam fazê-lo de muitas maneiras diferentes: o estreptococo produzia uma enzima, estreptoquinase, que dissolvia o plasma coagulado. Clostrídios e pneumococos produziam uma variedade de hemolisinas, que destruíam glóbulos vermelhos. A malária e as amebas também destruíam os glóbulos vermelhos, devorando-os como se fossem alimento. Diversos outros parasitas faziam o mesmo. Portanto era possível. Isso, porém, não o ajudava a deslindar o funcionamento do organismo trazido pelo Scoop. Burton tentou rememorar a sequência do processo de coagulação do sangue. Lembrou-se de que podia ser comparado a uma catarata: uma enzima liberada e ativada, agindo sobre outra enzima, que então agia sobre uma terceira, e essa sobre uma quarta e assim por diante, por doze ou treze estágios até a final coagulação do sangue. Então recordou vagamente tudo o mais: os detalhes, todos os estágios intermediários, as enzimas necessárias, os metais, íons, condições locais etc. Tratava-se de algo terrivelmente complexo. Sacudiu a cabeça e tentou dormir.

(pág. 159)Os cadáveres não podiam transmitir a moléstia; somente os próprios micróbios, levados pelo ar, eram capazes de fazê-lo. Micróbios no ar eram letais. Micróbios nos cadáveres eram inócuos. Isso de certa forma era previsível. Relacionava-se com as teorias de acomodação e adaptação mútua entre as bactérias e o homem. Burton se interessara longamente por esse problema, tendo inclusive pronunciado conferências a respeito na Escola de Medicina de Bay lor. A maioria das pessoas quando pensa em bactérias pensa automaticamente em moléstias. Na verdade, contudo, apenas três por cento das bactérias ocasionam moléstias humanas; as demais são inofensivas ou até mesmo benéficas. No intestino humano, por exemplo, há uma grande variedade de bactérias que são auxiliares do processo digestivo. O homem precisa delas e depende delas. Na realidade, o homem vive em meio a um oceano de bactérias. Elas seencontram por toda parte: em sua pele, seus ouvidos e sua boca, dentro dos seus pulmões e no seu estômago. Tudo o que ele possui, toca ou respira, está impregnado de bactérias. As bactérias são onipresentes. A maior parte do tempo, a pessoa não se dá conta do fato. E há uma boa razão para tal. Tanto o homem quanto as bactérias habituaram-se um ao outro, desenvolvendo uma espécie de imunidade mútua. Cada qual adaptouse ao outro. E também por trás disso há uma razão. Segundo um princípio da biologia, a evolução foi dirigida no sentido da potencialidade reprodutiva. Um homem facilmente destrutível por bactérias seria mal adaptado, não vivendo o suficiente para reproduzir-se. Uma bactéria que destrua o seu hospedeiro também não está bem adaptada. Pois qualquer parasita que mate o seu hospedeiro é um fracasso. Deverá morrer com a morte do hospedeiro. Os parasitas bem sucedidos são os capazes de viver do hospedeiro sem destruí-lo. E os hospedeiros mais bem sucedidos são os capazes de tolerar os parasitas e até mesmo tirar vantagens deles, fazendo-os trabalhar em seu proveito.

(pág. 191)Os aminoácidos são os componentes das proteínas. Existem 24 aminoácidos conhecidos, cada qual composto por meia dúzia de moléculas de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. As proteínas são constituídas pelo enfileiramento desses aminoácidos, formando o que poderia ser comparado a um trem de carga. A ordem dos elementos na fila determina a natureza da proteína, diferenciando a insulina da hemoglobina ou do hormônio de crescimento. Todas as proteínas compõem-se dos mesmos vagões de carga, ou seja, das mesma unidades. Algumas possuem mais carros de um tipo do que as outras, ou então os têm dispostos em ordem diferente. Essa, entretanto, é a única diferença entre elas. Os mesmos aminoácidos, ou os mesmos vagões de carga, existem tanto nas proteínas humanas como nas de uma pulga. Foram precisos vinte anos para que fosse feita essa descoberta. Mas o que controla a disposição dos aminoácidos na proteína? A resposta foi o ADN, a substância do código genético, funcionando como chefe de manobras.

(pág. 194) A equipe acabara concluindo que a conversão da energia era a característica principal da vida. Todos os organismos vivos consumiam energia de alguma forma - sob forma de alimento, ou luz solar - convertendo-a em outra forma de energia e utilizando-a. (Os vírus constituíam uma exceção a essa regra, mas a equipe estava preparada para definir os vírus como não-vivos.) Fora solicitado que para a reunião seguinte, Leavitt apresentasse uma réplica para essa definição. Ele pensara no assunto por uma semana e ao apresentar-se trazia três elementos: uma amostra de tecido preto, um relógio e um pedaço de granito.

(pág. 197) Sonhara a respeito de uma casa e então de uma cidade. Uma cidade enorme, complexa e intercomunicada, desenvolvendo-se ao redor da casa. Nessa casa morava um homem com a sua família. Esse homem vivia, trabalhava e viajava pela cidade, deslocando-se, agindo, reagindo. E então, em seu sonho, a cidade era subitamente eliminada, restando apenas a casa. Que modificação radical! A casa única, isolada, sem as coisas de que necessitava: água, esgotos, eletricidade, ruas. E a família sem acesso aos supermercados, às escolas, farmácias. E o homem, cujo trabalho era na cidade, ligado aos demais da cidade, subitamente fracassava. A casa transformava-se, então, num organismo totalmente diverso. E daí para o organismo que estavam pesquisando em Wildfire havia apenas um passo, um simples salto de imaginação... Teria que discutir isso com Stone. Este riria, como sempre, mas também prestaria atenção.

(pág. 223) Digamos que uma cultura deseje fazer um levantamento do universo - dissera ele. - Digamos que deseje realizar uma espécie de "festa de apresentação" em escala galáctica visando a anunciar oficialmente a sua existência. Que deseje provocar verdadeira chuva de informações e pistas quanto à sua existência e em todas as direções. Qual seria a melhor maneira de fazê-lo? Rádio? Dificilmente. O rádio é excessivamente lento, dispendioso e de alcance limitado. Os mais fortes sinais enfraquecem em poucos bilhões de quilômetros. A televisão é pior ainda. A geração de raios luminosos é fantasticamente cara. Mesmo conseguindo detonar estrelas inteiras, explodir um sol como uma espécie de sinal, ainda assim seria custoso. - Além da despesa, todos esses métodos estão sujeitos às tradicionais limitações impostas a qualquer radiação, ou seja, o decréscimo da força em consequência do aumento da distância. Uma lâmpada pode ser insuportavelmente luminosa a três metros de distância, pode ser poderosa a trezentos metros; pode ser visível a quinze quilômetros. Mas a um milhão de quilômetros, torna-se totalmente invisível, pois a energia radiante é proporcional à distância. Trata-se de inegável lei da física. - De modo que não se recorre à física para levar o sinal. Usa-se a biologia. Cria- se um sistema de comunicações que não diminua com a distância, permanecendo igualmente potente a milhões de quilômetros de distância como o era no ponto de origem. Em resumo, procura-se um organismo para ser o portador da mensagem. O organismo teria que ser capaz de se reproduzir sozinho, de ser barato, podendo ser produzido em quantidades fantásticas. Por alguns dólares apenas, poder-se-ia enviá-los ao espaço em todas as direções. Seriam micróbios fortes, resistentes, capazes de sobreviver aos rigores do espaço, crescendo, duplicando-se, dividindo-se. Decorridos alguns anos, haveria um número incontável desses espécimes na galáxia, deslocando-se em todas as direções, aguardando o momento de entrar em contato com vida. - E quando o fizessem? Cada um desses organismos contaria com o potencial necessário para desenvolver-se, transformando-se em órgão ou organismocompleto. Começariam, ao entrar em contato com a vida, a crescer, transformando-se num completo mecanismo de comunicação. Seria como lançar um bilhão de células cerebrais, cada uma delas capaz de gerar um cérebro completo ao encontrar as necessárias condições. O novo cérebro então se dirigiria à nova cultura, informando-a da presença de outra e anunciando as maneiras pelas quais o contato poderia ser estabelecido. A teoria de Samuels, na época considerada hilariante pelos cientistas práticos, não poderia agora ser menosprezada. - Você acredita que isso aí já se esteja transformando numa espécie de órgão de comunicação? - perguntou Stone. - Talvez as culturas nos digam mais coisas - respondeu Leavitt. - Ou então a cristalografia ao raio X. Vou providenciá-la agora. O Nível V dispunha de aparelhamento para a cristalografia ao raio X, apesar de ter havido muita discussão acalorada durante o planejamento de Wildfire, quanto à necessidade ou não desse equipamento. Esse tipo de cristalografia representava o método mais avançado, complexo e dispendioso para análise estrutural dentro da biologia moderna. Era comparável a um pequeno microscópio eletrônico, representando, porém, uma etapa adiante. Era mais sensível, capaz de investigações mais profundas, tudo isso, porém, às custas de tempo, equipamento e pessoal. O biologista R. A. Janek dissera que "o aumento da capacidade de visão é crescentemente dispendiosa", querendo dizer com isso que qualquer máquina que possibilitasse ao homem divisar detalhes menores e mais delicados; aumentava em custo mais rapidamente do que em capacidade de solução apresentada.

(pág.257) Escutem. Quero que me façam um favor. Stone ligou o microfone. - O quê? - Kalocin. Stone reagiu imediatamente. - Não. - Mas que diabo, a vida é minha. - Não - repetiu Stone. - Talvez devêssemos tentar - sugeriu Hall.- Não e não. Não ousaríamos. Nem mesmo uma só vez. O Kalocin talvez tenha sido o segredo americano mais bem guardado na última década. Tratava-se de uma droga desenvolvida pela Jensen Pharmaceuticals, na primavera de 1965. Era uma substância química experimental, denominada UJ- 44759W, também conhecida pela abreviação K-9. Fora descoberta em consequência de testes de triagem utilizados pela Jensen para todos os novos compostos. Como a maioria dos laboratórios farmacêuticos, a Jensen experimentava todas as suas drogas por meio de uma série de testes padronizados, visando a descobrir qualquer atividade biológica significativa. Tais testes eram efetuados em animais de laboratório: ratos, cães e macacos. Eram ao todo 24 testes. A Jensen descobrira algo especial quanto à K-9. A droga inibia o crescimento. Um animal recém-nascido que recebesse a droga jamais chegaria à estatura adulta total. Essa descoberta desencadeou novos testes, os quais apresentaram resultados ainda mais estranhos. A Jensen descobriu que a droga inibia a metaplasia, ou seja a transformação das células do corpo em novas e estranhas formas, precursora do câncer. Houve agitação na Jensen, e a droga foi submetida a um programa de estudos intensivos. Por volta de setembro de 1965, parecia não haver mais dúvidas: o Kalocin detinha o câncer. Por meio de um mecanismo misterioso, inibia a reprodução do vírus responsável pela leucemia mielogênica. Os animais submetidos à ação da droga não contraíam a moléstia, enquanto os que já revelassem seus sintomas começavam a apresentar uma evidente regressão após a administração da droga. O entusiasmo reinante na Jensen não podia ser contido. Não demorou para que a droga fosse reconhecida como agente antivirótico de amplo espectro. Exterminava os vírus do pólio, da raiva, da leucemia e simples verrugas. E também, o que era estranho, o Kalocin matava bactérias. E fungos. E parasitas. De alguma forma, a droga destruía todos os organismos de estrutura unicelular. Não tinha qualquer efeito sobre sistemas orgânicos, ou seja; grupos de células organizadas e em unidades maiores. Nesse sentido, a droga era perfeitamente seletiva.Na realidade, o Kalocin era o antibiótico universal. Matava tudo, até mesmo os germes insignificantes responsáveis pelo resfriado comum. Evidentemente apresentava efeitos secundários: as bactérias normais nos intestinos eram destruídas, de modo que todos os pacientes em tratamento com a droga eram acometidos por diarreia violenta. Isso, porém, parecia um preço bem baixo a se pagar por uma cura de câncer. Em dezembro de 1965, notícias sobre a droga circulavam exclusivamente entre os setores do governo e elementos de destaque do setor da saúde. E foi então que, pela primeira vez, levantaram-se vozes de combate à droga. Muitos homens, entre os quais se encontrava Jeremy Stone, alegavam que essa droga deveria ser suprimida. Entretanto, os argumentos para tal supressão pareciam teóricos, e a Jensen, vendo bilhões de dólares ao seu alcance, lutou arduamente para que fosse autorizado um teste clínico. Finalmente, o governo, o HEW e o FDA acabaram concordando com a Jensen, autorizando a realização de novas experiências, apesar dos protestos de Stone e de outros. Em fevereiro de 1966, foi feita uma experiência-piloto. Envolvia vinte pacientes portadores de câncer incurável e vinte voluntários saudáveis, entre os presos da penitenciária estadual do Alabama. Esses quarenta indivíduos receberam a droga diariamente durante um mês. Os resultados obtidos corresponderam às expectativas: os indivíduos normais foram acometidos de efeitos secundários desagradáveis, porém perfeitamente suportáveis. Enquanto os pacientes cancerosos apresentavam notável remissão de sintomas compatíveis com a cura final. Em 1º de março de 1966, essas quarenta pessoas deixaram de tomar a droga. Seis horas. depois, todas elas estavam mortas. Era o que Stone previra desde o início. Chamara a atenção para o fato de que a humanidade, através de séculos de exposição, desenvolvera imunidades cuidadosamente controladas diante da maior parte de organismos. Na pele, no ar, nos pulmões, no estômago, e até mesmo na corrente sanguínea, havia centenas de vírus e bactérias dos mais variados tipos. Muitos potencialmente letais; entretanto, o homem se adaptara através dos tempos e restavam bem poucos deles ainda capazes de deflagrar moléstias. Tudo isso representava uma situação cuidadosamente equilibrada. Com a introdução de uma nova droga, que exterminava todas as bactérias, o equilíbrio era interrompido, arruinando o trabalho evolucionário desenvolvido através dos séculos. E abria-se o caminho para a superinfecção, o problema de novos organismos, portadores de novas moléstias. Stone tinha razão: os quarenta voluntários morreram, cada qual vítima das mais obscuras e terríveis moléstias até então jamais vistas.

(pág.258) Um deles sofreu um inchamento geral, da cabeça aos pés, ficando quente e inflado até sufocar por edema pulmonar. Outro viu-se presa de um organismo que devorou o seu estômago em questão de horas. Um terceiro, ainda, foi atingido por um vírus que transformou o seu cérebro em geléia E assim por diante. A Jensen, relutantemente, retirou a droga para que a mesma fosse submetida a novos estudos. O governo, percebendo o profundo conteúdo das alegações de Stone, concordou com as suas propostas iniciais e ordenou a supressão radical de todos os conhecimentos e experiências referentes à droga Kalocin. E as coisas haviam permanecido nesse pé por dois anos. Agora; porém, Burton estava querendo tomar a droga. - Não - voltou a insistir Stone. - Não há possibilidade. Isso poderia curá-lo por algum tempo, mas você não sobreviveria depois que a droga fosse suspensa. - Isto é muito fácil de falar daí onde você está. - Pois saiba que não é nada fácil de dizer. Pode crer que não é. - E colocando a mão sobre o microfone voltou-se para Hall: - Sabemos que o oxigênio inibe o crescimento da Espécie Andrômeda. E isso o que daremos a Burton. Será bom para ele, fará com que fique um pouco tonto, provocará sua descontração e fará com que respire um pouco mais lentamente. O coitado está mortalmente assustado. Hall anuiu. Num certo sentido, a última frase de Stone calara fundo em sua mente: mortalmente assustado. Ficou pensando a respeito, verificando então que Stone tocara em algo importante. Aquela observação constituía uma pista. Era a resposta. Levantou-se para sair. - Aonde vai? - Tenho que pensar numa coisa. - O que? - Algo que diz respeito ao fato de se estar mortalmente assustado.)

(pág. 273) circular e um tanto pequena, levando ao núcleo central. - Existe apenas uma única possibilidade - disse Stone. - As doses são baixas. Foram calculadas para um animal de dez quilos, como por exemplo um macaco de bom porte, enquanto você pesa uns setenta. Será capaz de suportar doses bem elevadas antes de... - Antes que pare de respirar - concluiu Hall. As vítimas do curare morrem por sufocação, com paralisia do diafragma e dos músculos do peito. Hall não tinha dúvida de que se tratava de morte muito desagradável.

(280) - Céus! - Mas agora está tudo em ordem. Temos o organismo em nosso poder e continuaremos a estudá-lo. Aliás já começamos a classificar uma série de formas mutantes. Trata-se de um organismo de espantosa versatilidade. Stone sorriu. - Creio que podemos estar bastante confiantes de que o organismo voltará às camadas superiores da atmosfera sem causar maiores dificuldades aqui na superfície. Portanto, não há mais problema. E quanto a nós aqui embaixo, passamos a compreender o que está sucedendo agora em termos de mutação. E é isso o que importa. Que compreendamos. - Nós compreendemos - repetiu Hall. - Sim. Nós temos que compreender.

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O Homem que Roubou Portugal

O Homem que Roubou Portugal
autor: Murray Teigh Bloom

Descrição: Em 1924, Artur Virgilio Alves Reis, um comerciante português falido, trama sozinho o maior golpe financeiro de todos os tempos. Em dois anos, se tornaria o homem mais rico e poderoso de seu país. O que parecia um plano com pouca eficácia de um homem com muita imaginação, acabou causando problemas macroeconômicos. Desde o grande terremoto de 1755, Portugal não sofria abalo econômico tão profundo. O autor narra desde o momento da elaboração do golpe até o julgamento dos réus, em 1930. Nas audiências finais, Alves Reis contou ainda com a presença do poeta Fernando Pessoa entre os ouvintes da platéia, curioso em assistir a sua defesa. Traz, em anexo, a transcrição das anotações de Fernando Pessoa no último dia do julgamento.

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