Ciência/Política

Curso: Ciência Política (este)
Ciência Política Aula 5 splitter 08

Partidos Políticos (parte 1) vídeo-6

Terceira clivagem: patrão, empregado. Diretamente relacionada ao momento da revolução industrial. • O problema é que essa divisão marxiana da sociedade em classes, tem importância histórica, mas desconsidera a progressiva complexidade do tecido social e a existência de n agentes sociais, que mantém essa dicotomia maniqueísta uma posição confusa. • Do ponto de vista político, patrão ou empregado. Os partidos defensores a propriedade privada do status quo e do capital onde ele está, nunca vencerão uma eleição sem a adesão de alguns trabalhadores explorados. • Do outro lado um partido dos trabalhadores explorados precisará do apoio. Alkmin e Lula no governo do estado, as empresas, quem for esperto vai botar dinheiro nos dois, indistintamente. Hoje, PT versos PSDB em nível federal, as empresas põe mais dinheiro na candidatura com mais chances de vitória. •

A terceira clivagem é uma clivagem mais especificamente econômica. E é uma clivagem diretamente relacionada ao momento da revolução industrial e tudo o que decorre da revolução industrial. Eu não tenho medo de dizer, que essa clivagem é a clivagem; patrão, empregado. Resumindo a parada, simples assim. Em outras palavras, essa clivagem é a clivagem das forças sociais que fazem coro com o capital de um lado e a clivagem das forças sociais que fazem coro com a venda constrangida do trabalho explorado. Ficou bonito! Então é claro que essas clivagens tem uma importância histórica extraordinária. A própria nomenclatura partido dos trabalhadores, ela faz alusão direta a esse tipo de clivagem. E todos nós sabemos o quanto essa clivagem ainda tem alguma relevância, na hora de estruturar o posicionamento dos partidos políticos. Afinal de contas o nosso amigo Paulo Skaf será candidato e ele fala em nome do capital e em nome do patronato, não há muito dificuldade, como ele é presidente da Fiesp, não tem como negar. O problema é que essa divisão marxiana em donos da propriedade privada dos meios de produção e vendedores constrangidos da própria força de trabalho, essa divisão da sociedade em classes, que tem a sua importância histórica, desconsidera a progressiva complexidade do tecido social e a existência de n agentes sociais, que mantém essa dicotomia maniqueísta uma posição confusa.

(dicotomia: divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias). Maniqueísmo: filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu, filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.

Então por exemplo, eu sou professor dessa universidade, sou servidor público de carreira e aí eu já não sei bem, porque não é muito fácil, precisaria entender que o estado é a mão armada da burguesia e eu como servidor do estado sou explorado pela burguesia através do estado. Bom, vá lá. Interessante é que é um pouco isso mesmo. As empresas vem aqui na USP, buscar a sua mão de obra barata e de qualidade e pagam pela formação dessa mão de obra barata os seus sonegados impostos. Mas eu também sou dono de um escritório, nesse meu escritório trabalham seis pessoas. Aí dizer que eu sou o dono do capital e patrão e eles tem o seu tabalho explorado por mim, etc e tal, é alguma coisa que eles mesmos sorririam em algum momento ficariam constrangidos de ver a sua situaçao definida dessa forma, porque a relação entre nós é uma relação que vai um pouco além, dessa simples exploração do trabalho em nome do meu lucro. Até porque, no caso eu sou o principal produto do escritório. E no final da contas o maior trabalho explorado é o meu próprio. Então aí você vê que há uma série de situações de capilaridade econômica, aonde essa dicotomia é uma dicotomia complicada.

Do ponto de vista político, patrão ou empregado. Como se não bastasse isso, é preciso observar que de um lado os partidos que se apresentam como defensores da propriedade privada do status quo e do capital onde ele está, nunca vencerão uma eleição se não conseguirem a adesão de alguns trabalhadores explorados. Não é? Porque o dia que você tiver uma candidatura e você só tiver eleitores, proprietários privados dos meios de produção, ninguém será eleito. Por outro lado um partido que se diz representante dos trabalhadores explorados precisará do apoio, então, se for sair para o pau hoje, Alkmin e Lula no governo do estado, as empresas, quem for esperto vai botar dinheiro nos dois, indistintamente. Provavelmente o Lula vai ter mais dinheiro do que o Alkmin. Hoje se você tem PT versos PSDB em nível federal, as empresas põe mais dinheiro na candidatura com mais chances de vitória.

Portanto essa clivagem, eu estou tentando te dizer, é uma clivagem super importante, se entendida de maneira isolada ela pode levar a uma simplificação abusiva do fenômeno partidário e eleitoral. Mas não tenha a menor dúvida, que existem momentos de grande proximidade da escolha do candidato dentro do partido e do seu pertencimento às instituições patronais. A candidatura de Paulo Skaf e de Guilherme Afif Domingues contra o Color e contra o Lula lá atrás, que ele fazia juntos chegaremos lá, (gestos) que ele fazia para surdos. Ora, Guilherme Afif Domingues é cara do setor comercial desde sempre. É o homem do patronato. Mas para você perceber que as coisas são mais complexas do que essas clivagens nos ensinam essa semana Guilherme Afif é vice do Alkmin porém secretário de micro empresa do governo Dilma. Você percebeu? Existe aí uma dificuldade em fazer essa separação muito clara, porque de um lado o partido patronal precisa do trabalhador e o trabalhador precisa do patronal. Então há, vasos comunicantes entre esses dois lados da clivagem. Muito bem, hoje vou ficar por aqui. Eu pediria que não faltassem na próxima aula. Porque nós vamos tentar esboçar uma categorização dos partidos políticos e finalmente concluir com uma definição de partidos políticos e isso vai ser muito bacana.

Eu tenho a impressão de que o que eu digo aqui, pode permitir a você um olhar mais fino sobre as questões políticas que estão rolando a cada dia nos jornais. É claro, não tomem isso aqui como obviedade de verdade. São tentativas de organizar em termos de conhecimento uma realidade que é muito complexa e movediça. Então não é fácil fazer teorias sobre fenômenos com os da política em especial com os fenômenos dos partidos políticos.

Pergunta 1 de 2

Lipset e Rokkan não apresentam como clivagem:
• Estado-Igreja.
• Capital-Trabalho.
• Dominantes-dominados.Correta

Pergunta 2 de 2

Hoje em dia, a política é
• Independente da religião.
• Está fortemente relacionada à religião.Correta
• Trabalha somente em prol da religião.

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