Ciência/Política

Curso: Ciência Política (este)
Ciência Política Aula 5 splitter 07

Partidos Políticos (parte 1) vídeo-6

• Se governante, não aplica direito o dinheiro isso não implica que por princípio a educação pública seja ruim. • Primeira grande clivagem: A extensão maior ou menor da presença do estado na sociedade. • Tese de Lipset Stein Rokkan. Primeira grande clivagem: os partidos vão se estruturar, em função de forças sociais. • Campanha do McDonalds: todo Big Mac que você comprar vai para cadeira de rodas. -Que servem para o marketing da responsabilidade social-. Se entregássemos à iniciativa privada, o deslocamento de deficiêntes físicos, eles ficariam dependentes do consumo regular de big macs, para poder se deslocar! • Publicidade do grupo Senai, Fiesp: a quem pertence? É da indústria. Está no implícito e no explícito do que é dito, esse tipo de enfrentameto. Se o estado não oferece educação pública de qualidade, a indústria oferece. Uma pessoa minimamente lúcida poderia dizer: mas vocês só oferecem educação para uma exploração do trabalho mais adequada e mais competente. • Segunda clivagem: É a clivagem que separa as forças sociais, a partir da maneira como elas enxergam a presença da religião nas decisões políticas.

Não é porque eu me acostumei mal, não é porque somos tri-campeões mundiais da libertadores, e agora a gente não consegue ganhar de ninguém, a não ser da Penapolense, que eu vou propor o fim do campeonato. É completamente absurdo! Tal governante, tal administração não aplica direito o dinheiro. Isso não significa que por princípio a educação pública seja ruim. É completamente enlouquecedor isso. Você pega o ex-prefeito. Ele pega o dinheiro da educação e sucateia a educação municipal. Então o que eu vou concluir? Que a educação pública é uma desgraça e vamos privatizar completamente a educação. Mas isso é uma cretinice sem precedentes. Não é porque episodicamente a coisa não funcionou que o princípio não funciona. Então você percebe que a extensão do estado na sociedade, é uma clivagem social importante, em torno da qual os partidos se estruturam.

Qual é a tese de Lipset Stein Rokkan. Então essa é a primeira grande clivagem: os partidos vão se estruturar, em função de forças sociais. Em função de interesses sociais. Então, qual é a primeira grande clivagem? A extensão maior ou menor da presença do estado na sociedade.

Então, eu me lembro... eu infelizmente frequento alguns lugares onde os meus pontos de vistas são ultra minoritários; como por exemplo o clube que eu frequento e um fulano, colega de armário, vizinho de armário! Ha! Ha! A minha situação só se complica! Vocês ficam gracejando, tudo isso hoje está muito condenado, lamento que tenham essas piadinhas. Mas o meu vizinho de armário me dizia: você viu a campanha do McDonalds? Eu falei: não. Ele falou: é muito legal, porque todo Big Mac que você comprar vai para ... -todo Big Mac que você comprar no dia do Big Mac- vai para cadeira de rodas. E na sequência ele já emendou: isso é a prova que temos que reduzir o estado a zero. Quer dizer, o fulano não consegue perceber, que a lógica do McDonalds, não é a lógica do estado. Em outras palavras; o McDonalds pega lá um domingo qualquer, e diz que o Big Mac que você compra, o dinheiro vai para a cadeira de rodas. Com isso ele entope as lojas, e todo o resto que ele vende, porque ninguém compra um big mac só, ele obtém um lucro superior do que teria, é claro! As cadeiras de rodas servem para o marketing da responsabilidade social. Se entregássemos à iniciativa privada, o deslocamento de deficiêntes físicos, eles ficariam dependentes do consumo regular de big macs, para poder se deslocar! Ha! Ha! Você galhofeia, mas temos assistido na televisão, uma insistência vomitória, a publicidade do grupo Senai, Fiesp, e aparece lá; a quem pertence o Senai? Uma excelente escola! Pertence a quem? Ao governo? Não. E aparece um fulano com um sorriso simpático, mas pouco inteligente, né! E ele diz: é da indústria. Isso mesmo! É da indústria. Que beleza! Eu não sei se você percebe, mas esse tipo de campanha, é uma campanha que participa de uma luta, quem é que tem a legitimidade para cuidar da formação e da educação das pessoas. Está no implícito e no explícito do que é dito, esse tipo de enfrentameto. Já que o estado não oferece educação pública de qualidade, a indústria oferece. É claro, que qualquer pessoa minimamente lúcida poderia levantar a mão e dizer: mas vocês só oferecem educação nos limites da formação de mão de obra para o teu interesse. Ou se você preferir; para uma exploração do trabalho mais adequada e mais competente. Em outras palavras, jamais numa escola desse naipe haveria uma discussão sobre a pertinência do sistema capitalista ou da propriedade privada da indústria. Ah! Eu não vou botar escola para por lá dentro alguém discutindo, quem deve mandar na sociedade, quem deve ser o dono do capital, etc. e tal. Essa diferença, é uma diferença que separa hoje o PT do PSDB, não tem como! E eu diria mais, tem muita gente no PSDB que gosta do estado. Pela sua origem. Pega o que dizia o José Serra em tempo de exílio. Pega o que dizia o FHC quando dava aula aqui, e você vai ver que é gente que tem muita simpatia pela presença do estado, mas pela maneira como a coisa se organizou, como você tem que se posicionar em relação ao outro e o outro em relação ao um, essa clivagem é uma clivagem tão importante que como o PT adotou o discurso em relação à modernização do estado a presença do estado eficaz dentro da sociedade, o outro tem que adotar o discurso da privatização. Você dizer que o FHC de origem intelectual, um privatista, é menosprezar a sua inteligência e toda a sua história de militante de esquerda que sempre foi. Mas não tem jeito. Porque agora sssa é a clivagem que separa: PT de um lado favorável a presença do estado e PSDB do outro contra a presença do estado. Mesmo que haja dois. Eu me atrevo até a dizer, que no final das contas, se você for estudar a história de cada um dos caras que estão lá é possível até que tenha muita gente dentro do PSDB muito mais estatizante do que no PT. Mas não importa, porque como os partidos precisam de uma bandeira e de uma imagem de marca, a coisa se consolidou desse jeito e assim é que se apresetna tudo. Mas essa mesma clivagem você encontra na divergência entre os dois grupos mais conhecidos da história da política que são os girondinos e os jacombinos em tempos revolucionários, maior ou menor presença do estado eis aí a primeira clivagem de Stein Rokkan. As clivagens políticas e os partidos: uma abordagem Alguma dúvida?

A segunda clivagem alguém poderia dizer que estava vencida pela laicização do estado, mas a atualidade mais recente nos mostra que longe. E qual é a clivagem? É a clivagem que separa as forças sociais, a partir da maneira como elas enxergam a presença da religião nas decisões políticas. Eu posso te garantir uma coisa; se eu estivesse dando essa aula no começo da década de oitenta ou quando eu tive essa aula, eu me lembro que tive essa aula em 1986. No ano que eu comecei o doutorado, eu tive essa aula com o professor Duverger, e ele dizia naquele momento, que essa segunda clivagem que tendia ao minguamento. É possível que quem tenha a França como laboratório, naquele momento pudesse dizer aquilo. Mas hoje! Nem lá nem cá. Aqui a presença de Marcos Feliciano dispensa comentário. Você tem hoje, a maior vedete do parlamento na mídia é um pastor. Na frança, as mais polêmicas questões de estado tem a ver com práticas religiosas. Destacando-se muito recentemente a famosa polêmica do uso da burka em sala de aula. E essa clivagem é uma clivagem importante porque ela separa aqueles, não é a questão de ser contra Deus e acreditar ou não acreditar em Deus. Não é esse o problema. É você aceitar que a religião seja critério, para a escolha de candidatos, para a tomada de decisão e que a religião forneça uma base de valores que permita a tomada de decisão, que os critérios religiosos sejam tomados por superiores ou absolutamente verdadeiros em detrimentos de outros não religiosos de um lado da coisa e o outro lado aqueles que acreditam que Deus e religião não é um assunto público ou político. Mas é a questão da fé de cada um, ou seja uma questão privada. E a fé de cada um, não ficou bem tudo junto, (cacofonia). Hoje eu estou particularmente infeliz. Bom, eu diria que essa clivagem, desce a sutileza de grande complexidade. Por que? Porque você pode imaginar...claro, você tem os casos mais explícitos, do sujeito que vota no pastor x, porque ele frequenta a igreja, e o pastor da igreja dele mandou votar no pastor x. Aí você tem o caso mais radical! Mas, você tem por outro lado, uma série de adesões políticas, de manifestações políticas, que são contra determinada religião ou grupo religioso, por conta de uma simpatia a outro grupo religioso. Em outras palavras, é muito fácil identificar no preconceito que jaz contra o culto evangélico pentecostal de Edir Macedo, de Assembléia de Deus, etc. e tal, uma recrudescência de catolicismo. Nesse caso a gente troca seis por meia dúzia. Continuamos no mesmo lado. Eu poderia citar, discurso recente, do senador Suplicy dizendo que respeita tudo, pa, pa, pa, mas que tinha uma inclinação, uma formação religiosa católica, etc. pa, pa. Então você percebe que de certa maneira, esse tipo de manifestação coloca o culto religioso como parte de uma oferta política. Eu estou oferecendo a você a minha história, os meus projetos, e estou oferecendo també a minha formação: ela é católica, para seu governo. Então você percebe que por detrás de um senador de um partido de esquerda, po, po, po, você tem uma filiação religiosa. Sem esse nível de explicitação, faz política como militantes da igreja. São agentes da igreja. Isso não é uma crítica! Então você percebe, que há um milhão de maneiras de colocar a religião como referência para as decisões politicas. Maneiras mais explícitas, como chutar a santa e maneiras mais sutis. Eu não sei se chegaram a perceber, mas nas campanhas eleitorais recentes, não há um candidato importante sequer, que não apareça em datas significativas, na sinagoga, na mesquita, na igreja; assim foi Dilma em nossa Senhora Aparecida, e assim por diante. Em outras palavras, essa manifestação de simpatia é uma forma de oferta política, é uma forma de convencimento político e é claro cobra-se um preço por esse tipo de vinculação. Eu votei em você porque eu vi você em Aparecida. E agora o que eu espero? Eu espero que você tenha um comportamento como mandatário, coerente com aquele tipo de aparição na basílica de Aparecida. O que eu me atreveria a dizer: que contrariamente ao que disse o professor Duverger, que era um baita professor, era um fenômeno de lucidez, contrariamente ao que ele diz, eu teria tendência a dizer o contrário do que ele diz: que hoje em dia para fazer política é praticamente impossível permanecer cem por cento laico, sobretudo num país como o nosso. É impossível dizer isso não me diz respeito, estão sendo obrigado a bater ponto nas instituições religiosas.

Pergunta 1 de



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